Crítica | Time Ain’t Accidental



★★★☆☆
3/5

Condensado por alguns acordes comumente presentes no country moderno, mas com uma mensagem além das relações superficiais, como Morgan Wallen mostrou recentemente em One Thing at a Time, uma vergonha do gênero nos Estados Unidos, Jess Williamson mostra como dominar a retrama.

Time Ain't Accidental é puramente sobre os sentimentos de Jess: ela canta, com um vocal poderoso, sobre sua dor. Seu empenho se dá pela forma como suas composições preenchem os espaços. O dedilhar de uma corda aguda ora acompanha seus vocais, ora os deixa livres para expandir a sensação de expulsar, ao máximo, o que lhe causava receios. É sobre liberdade, acima de tudo.

Ao abordar o clássico tema do pós-término, Time Ain't Accidental nunca anda em círculos — pelo contrário, vai além do que se espera da experiência de quem canta o que sofreu. Jess Williamson sabe que mais do que expor sua experiência, deveria servir de exemplo, mas isso só acontece por meio dele: o tempo, que segundo ela não é à toa.

Selo: Mexican Summer
Formato: LP
Gênero: Country / Folk
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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