Crítica | Speak Now (Taylor's Version)


★★★☆☆
3/5

Speak Now é um dos meus álbuns de música pop preferidos, esse apontamento se deve ao fato de ter vivenciado seu lançamento na época, em meados de 2010. Eu disse uma vez que as composições presentes nele nunca envelhecem. E esse é o problema que vejo com Speak Now (Taylor's Version).

Swift, na época em que escreveu o disco, tinha sangue nos olhos. Naquele momento, ela definiu a maneira como a veríamos escrevendo suas melhores músicas no futuro. Havia, portanto, uma intenção genuína de provar algo — sua arte, ainda mais quando os críticos questionaram sua capacidade de escrever suas próprias canções.

Hoje, porém, o que vemos é diferente. O tempo, por si só, já representa o ar de mudança que uma obra tem em relação à outra. A voz de Swift, com uma leve interferência, feita para soar mais adequada ao registro, se perde entre momentos muito estranhos.

E o álbum em si não tem a presença inquietante que tinha quando foi lançado. Podemos pensar que, no mínimo, esse relançamento visa apenas resgatar o que a artista perdeu em um processo injusto, mas a partir do momento em que Swift volta ao passado, ela deixa claro que não é só isso.

E se ela voltou ao passado, pelo menos o honre. O próprio álbum, por assim dizer, já tinha seu charme. Ao provocar mudanças definitivas, como mudar a letra de "Better Than Revenge", fica claro que o retorno de Swift ao que era antes não funciona como deveria.

A intenção aqui é puramente comercial. Tanto que os acréscimos, chamados de From The Vault, que não foram lançados em 2010 pelo motivo de não combinarem com o álbum, acabam estendendo a duração além do necessário. Infelizmente, não me sinto ouvindo o Speak Now, pelo qual me apaixonei quando era pré-adolescente.

Deixo claro que não vejo problema em discos longos, mas vendo as incoerências deste, tive que ser obrigado a dividir em dois para conseguir finalizar. Essa fórmula usada por Swift já havia atrapalhado minha experiência com a regravação de Red, e sinceramente acho que perdeu o sentido.

Selo: Republic
Formato: LP
Gênero: Pop / Pop Country
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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