Crítica | IBORU


★★★☆☆
3/5

Marcelo D2 sempre foi uma figura de destaque no cenário do hip hop nacional. Sua presença no Planet Hemp e sua bem-sucedida carreira solo fazem de sua discografia um mapa vivo de como a música brasileira e seus ritmos evoluíram ao longo dos anos 2000 e 2010.

Seu novo álbum, IBORU, faz parte desse mesmo ramo, e traz sonoridades diferentes que, em tese — e estereotipicamente — não combinam bem com a personalidade de um rapper. Portanto, não é um álbum que os fãs de hip hop amarão mais do que qualquer outra coisa, ou mais do que outras incursões do artista em gêneros que não sejam aqueles que lhe parecem confortáveis e típicos, e é justamente aí que está a beleza de tudo.

Aqui, o samba e o pagode entram em espaços que Marcelo já havia sugerido no passado, como em A Procura da Batida Perfeita, de 2003. Mas é um pouco mais denso, evocando a religião e lidando abertamente com suas raízes — coisas que se tornam ainda mais interessantes com a presença de nomes como Zeca Pagodinho, Alcione, Mateus Aleluia, Metá Metá, Xande de Pilares e muitos outros!

Selo: Pupila Dilatada
Formato: LP
Gênero: Hip Hop / Samba, Pagode
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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