Clássicos do Aquele Tuim | Pure Heroine (2013)


★★★★☆
4/5

Há 10 anos, uma artista neozelandesa de 16 anos se tornou um fenômeno após o lançamento de Pure Heroine, obra musical que aborda interessantes reflexões sobre a vida de uma adolescente e sua visão de sociedade.

Lorde era a sensação do momento; uma artista totalmente desconhecida tornou-se o assunto principal do momento após o sucesso de "Royals". Curioso é que a sonoridade de Pure Heroine era diferente da música pop de sucesso daquela época, como, por exemplo, as músicas de Taylor Swift, Rihanna, Miley Cyrus, Ariana Grande, Justin Bieber e Katy Perry. Se hoje artistas jovens como Billie Eilish e Olivia Rodrigo são um fenômeno, principalmente devido às músicas de pop melancólico, pode ter certeza de que o sucesso da Lorde foi um dos grandes responsáveis.

Outro fator que contribuiu para o sucesso da artista foi o seu visual mais sombrio. Pode parecer superficial para alguns, mas a identidade visual também desempenha um papel significativo nesta indústria. Lorde tinha um estilo único, com roupas escuras, cabelo cacheado volumoso e batom escuro. O seu estilo foi marcado para sempre na cultura pop, juntamente com o seu álbum de estreia.

Além disso, a artista também ficou conhecida por sua personalidade rebelde que implicava com alguns artistas do momento. Essas alfinetadas também contribuíram para a sua popularidade. Mas claro que não é só o visual e o comportamento que a fizeram chegar ao topo. Felizmente, esses aspectos são apenas detalhes. O disco de estreia da cantora apresenta um estilo pop mais sombrio, com letras que abordam críticas à ostentação, experiências da adolescência e o processo de amadurecimento.

Na produção, Lorde contou com a colaboração de Joel Little, que trouxe influências do dream pop, indie pop e electropop. Muitos compararam a sonoridade a de outras cantoras alternativas da época, como Lana Del Rey e Florence Welch, a vocalista da banda Florence and the Machine.

Já na primeira canção do álbum, é possível notar a força da artista como compositora abrindo o álbum com a impactante frase: “Don't you think that it's boring how people talk?” em que Lorde critica a superficialidade.

A sonoridade do álbum é mais tranquila até chegar em "Ribs", uma canção empolgante que entrelaça sentimentos nostálgicos e melancólicos, pois explora memórias da juventude e gera apreensão em relação às mudanças que ocorrerão à medida que amadurecemos.

Quase todas as músicas do álbum de estreia de Lorde são envolventes, com uma pequena diminuição de intensidade apenas nas faixas "Still Sane" e "White Teeth Teens", que são boas músicas, mas não tão marcantes quanto o restante do álbum. Mesmo assim, depois dessas duas faixas, Lorde encerra com "A World Alone" com a genial sacada do último trecho da música com: “Let 'em talk” respondendo a pergunta inicial do álbum.
 
Selo: Republic
Formato: LP
Gênero: Pop / Alt-Pop
Vit

Sou a Vit, apaixonada pelo universo musical desde que me entendo por gente, especialmente por vocais femininos. Editora sênior e repórter no Aquele Tuim, onde faço parte das curadorias de Música Latina/Hispanófona e Pop.

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