Crítica | The Town 2023


★☆☆☆☆
1/5

E finalmente aconteceu a primeira edição do The Town, que nada mais é do que um Rock in Rio em São Paulo, com atrações mais mainstream. Antes do lineup sair, esperava receber novidades por ser a primeira edição da história, mas isso não aconteceu. O lineup é repetitivo, igual nas edições do Rock in Rio. Não vou me surpreender se na próxima edição colocarem Maroon 5 de headliner outra vez. O lineup do festival é incoerente, colocando Demi Lovato e Post Malone no mesmo dia, por exemplo. O dia que mais fez sentido foi 09 de setembro, com Foo Fighters de headliner e apresentações das bandas Garbage, Yeah Yeah Yeahs e Pitty.

Minha experiência foi no último dia de festival, que contava com shows do Bruno Mars, Kim Petras, H.E.R, IZA, Pabllo Vittar, Marina Sena, Gloria Groove e Jão. Ganhei ingressos de última hora, então não consegui explorar todo o local do festival, pois corri até Interlagos para não perder o show da Marina Sena e meu foco era ver os shows. Até porque é um festival de música, mas infelizmente, notei que muitos estavam ali apenas para dar um up nas redes sociais e andar de montanha russa, sendo que existem alguns parques de diversão no país.

Uma coisa que me deixou interessada foram as reformas no Autódromo de Interlagos, principalmente por possuir banheiros de verdade, diferente do Lollapalooza, que sempre tem aqueles banheiros químicos que são apavorantes. O banheiro é realmente muito bom, porém, as filas estavam imensas e desorganizadas. Passei metade do show da Gloria Groove só numa fila. Diminuí meu consumo de água só para não ter que encarar essa fila outra vez.

Apesar disso, o festival teve um ponto super positivo: metrô funcionando por 24 horas, o que deveria ser o mínimo para qualquer grande evento, mas infelizmente isso não acontece. Voltei tranquilamente para a minha casa, mas saí antes do show principal terminar, pois houve muitos relatos de que o público ficava preso na saída, igual uma lata de sardinha, e levava até 1 hora só tentando sair daquela muvuca.

Marina Sena canta Gal Costa

Foi um show muito emocionante. A Marina realmente é uma das artistas mais interessantes que temos atualmente, apesar de muitos criticarem a voz dela que, para mim, é única e charmosa. Eu sabia que ela receberia uma chuva de críticas, principalmente quando ela começou a cantar "Meu Nome é Gal", onde ela fez a mesma brincadeira que a Gal fazia, desafiando a guitarra com seu vocal. Esse show foi apenas uma homenagem; ela não quer ser a nova Gal, pois só existe uma. Ela é a Marina Sena, nova artista talentosa da música brasileira.

IZA

Ela parecia estar feliz naquele palco, pois o público ficou animado com os hits da cantora e as participações especiais que ela levou naquele show. Porém, não assisti ao show inteiro, pois fui para o palco da Pabllo Vittar, onde tentei ver o resto do show da IZA pelo telão de lá, mas infelizmente teve um momento em que pararam a transmissão, me deixando um pouco frustrada.

Pabllo Vittar convida Liniker e Jup do Bairro

Divertidíssimo! Pabllo apresentou hit atrás de hit, deixando a energia do público lá em cima. Não entendo como ela não ficou com o palco principal do evento. Foi belíssimo assistir à participação da Liniker e Jup do Bairro. Deu super certo três artistas diferentes dividindo o mesmo palco. Ah, e dessa vez teve show com banda, viu? Fizeram tanta piada sobre a Pabllo não ter banda que finalmente ela arranjou uma e deu super certo. Ela aproveitou o meme para repetir várias vezes que agora tem uma banda. Muito artista!

Kim Petras

Ganhei o ingresso de último momento e fui principalmente para assistir a Kim. Foi um show super divertido, mas a maioria das pessoas não deram a mínima para ela. Inclusive, no lugar que eu estava, só tinha eu cantando e dançando as músicas dela. Deu uma pena. O show dela não combina com o festival, muito menos com o palco principal. É totalmente sem noção escalar uma artista de público totalmente diferente nesse festival. Ela merecia ter entrado no lineup do Primavera Sound ou até mesmo do Lollapalooza.

Bruno Mars

Eu vi de tão longe que não consegui me animar o suficiente. Senti muita falta daqueles palcos do Lollapalooza que ficam num morro. É o mesmo local do festival, mas preferiram deixar os palcos num local plano, o que prejudicou a visão do público, principalmente dos baixinhos, como eu. Vi a maioria pelo telão, mas deu para perceber que o artista realmente manda muito bem no palco. Ele se apresentou duas vezes no festival, então eu já sabia tudo o que aconteceria no show. Gostaria de ter aproveitado melhor, mas fiquei mais animada quando assisti a outra apresentação pela TV da minha casa, porque consegui ver direitinho. Mesmo assim, a galera estava super animada e derretida pelo Bruninho.

Conclusão

Eu só fui a este festival porque ganhei ingresso. Só vale a pena se tiver algum headliner que você goste muito, até porque o público de lá só se importa com isso, e olhe lá. Por isso que o Medina monta o lineup de qualquer jeito.

Melhor apresentação: Pabllo Vittar
Vit

Sou a Vit, apaixonada pelo universo musical desde que me entendo por gente, especialmente por vocais femininos. Editora sênior e repórter no Aquele Tuim, onde faço parte das curadorias de Música Latina/Hispanófona e Pop.

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