Crítica | Javelin



★★★★☆
4/5

Os melhores traços da sinceridade de Stevens estão em suas obras mais pessoais. Em Carrie e Lowell, o maior exemplo de todos, a comovente narrativa sobre a morte de sua mãe fez com que sua escrita precisa e suas emoções nada universais ganhassem consciência própria.

Porém, o trabalho do artista nem sempre foi feito apenas de tristeza. O amor, ou a ausência dele, no que confere a exposição do apaixonar-se pelas nuances do ser, foram marcas da melancolia e do sofrimento embelezado — auto reverenciados — que o artista procurou manter nas suas abordagens, embora a origem destes temas nunca tenha sido um consenso. No âmbito do discurso, a sexualidade do seu benfeitor era uma dúvida constante.

Javelin responde a esta dúvida. Mais do que isso, é um retorno à sinceridade de Stevens. Dedicado ao ex-companheiro, falecido no início do ano, o álbum contém os mais vívidos espectros de arte relacionados à personalidade de alguém que, há muito tempo, vem construindo um portfólio devastador no melhor dos sentidos.

Selo: Asthmatic Kitty
Formato: LP
Gênero: Folk / Indie Folk, Chamber Folk
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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