Hoje, a redação do Aquele Tuim se reuniu em torno do Halloween para recomendar alguns álbuns de arrepiar os cabelos.
Nesta lista estão algumas obras que transmitem diferentes significados sobre a data e, em sua maioria, são marcadas por sons e letras que conduzem uma verdadeira odisseia pelo terror em suas diferentes frentes. Confira:
1968
Os Mutantes
Os Mutantes
O primeiro disco dos Mutantes, embora não apresente referências diretas às tradições do Halloween, encapsula perfeitamente a aura sombria e fantasiosa que envolve essa data. Até mesmo se considerarmos seu lugar dentro do movimento tropicalista, este é um registro que se afasta da sonoridade leve e tropical que embala outros trabalhos da época e propõe um olhar nebuloso e irregular sobre ela: os arranjos buscam saídas desconfortáveis, as distorções nos instrumentos são tão absurdas que conseguem transformar alguns deles em verdadeiros jumpscares — destaco aqui a versão arrepiante de “Baby” — e a mixagem altamente texturizada deixa o produto final com um ar de empoeirado, como se ele fosse uma relíquia perdida em uma casa abandonada. Assim como outros álbuns da banda, é praticamente uma anomalia. — Marcelo Henrique
1975
The Rocky Horror Picture Show Original Soundtrack
Trilha sonora de um dos meus filmes favoritos e também um grande clássico do cinema que é acompanhado de uma trilha sonora fantástica e divertida. Talvez, soe cafona para alguns, mas essa é a graça de uma festa de Halloween. — Vit
1982
Pornography
The Cure
Um clássico gótico e representa o auge sombrio na discografia da banda. Aqui, não encontramos grandes hits, apenas uma atmosfera sonora e letras melancólicas influenciadas por um período perturbado na vida do vocalista Robert Smith. É um álbum que vale a pena conferir, especialmente se você planeja passar o Halloween sozinho em casa. — Vit
1984
Treasure
Cocteau Twins
Um disco que é frequentemente ofuscado pelo aclamado Heaven or Las Vegas, mas segue uma abordagem mais sombria. Enquanto o álbum mais popular da banda proporciona a sensação de ascender aos céus, Treasure leva o ouvinte a explorar os lugares mais obscuros, embora seja acompanhado pelos vocais angelicais de Elizabeth Fraser. — Vit
1985
Bad Moon Rising
Sonic Youth
Um dos álbuns seminais do noise rock. Essa é a melhor escolha se você quiser um disco atmosférico e com letras repletas de referências a todo o aspecto místico do halloween. Um pedido perfeito para os que vão ter um halloween alternativo e gostam de se deliciar com as texturas quase psicodélicas das guitarras de Sonic Youth. — Tiago Araújo
1995
Mystic Stylez
Three 6 Mafia
Memphis Rap num geral possui essa mística de serem músicas não apenas assombrosas, mas assombradas — existem diversas lendas contornando o gênero, que envolvem possessão na realização dos discos, e até visualização de espíritos ao escutá-los. Se quiser arriscar, esse álbum está repleto de incríveis samples de filmes de terror, letras extremamente macabras e, ainda sim, consegue ser um dos álbuns mais divertidos para se escutar no halloween — visto que é também um disco extremamente divertido e cativante. — Tiago Araújo
Aos amantes e curiosos da música eletrônica hardcore, esse disco é um essencial tanto pela sua intensidade virada do avesso quanto pela sua tendência ao amedrontador. Ele é inigualável ao misturar o estranhamente cômico com o grotesco, criando uma antítese na junção de texturas retiradas de filmes de terror com piadas prontas na melhor forma slasher possível. Realms of Darkness é rústico à medida que é futurista e é ridículo à medida que assusta. É difícil de tragar, mas bate forte. — Sophia
1995
Realms of Darkness
Syndicate
Aos amantes e curiosos da música eletrônica hardcore, esse disco é um essencial tanto pela sua intensidade virada do avesso quanto pela sua tendência ao amedrontador. Ele é inigualável ao misturar o estranhamente cômico com o grotesco, criando uma antítese na junção de texturas retiradas de filmes de terror com piadas prontas na melhor forma slasher possível. Realms of Darkness é rústico à medida que é futurista e é ridículo à medida que assusta. É difícil de tragar, mas bate forte. — Sophia
1996
None So Vile
Cryptosy
Embora muitos discos de death/black metal pudessem ser escolhidos, None So Vile é um dos mais demonológicos de todos. As letras não só passam pelas mesmas provocações contra o cristianismo que o gênero possui, mas elas soam quase ritualísticas. Ainda sim, para quem gosta do estilo, vai escutar também um dos melhores, mais diferentes e mais divertidos discos de Death Metal. — Tiago Araújo
2009
The Fame Monster
Lady Gaga
Tematicamente, The Fame Monster vai longe de realmente contemplar o Halloween e suas tradições envoltas em mistério e horror na ficção. Aqui, Lady Gaga busca explorar com base na realidade, e em seu plano artístico e pessoal, o lado obscuro da fama. E ela faz isso enquanto cria verdadeiros hinos pop góticos influenciados pelo glam rock e industrial. A fachada da obra deu certo: “Bad Romance” virou um clássico, seu visual é lembrado até hoje e o álbum é visto como o trabalho mais sombrio e interessante da artista. — Maqtheus
2013
Virgins
Tim Hecker
Virgins é um disco enigmático, sombrio e assustador. Tim Hecker cria, com base no drone e no ambient, uma trilha sonora perfeita para arrepiar os pelos do corpo e causar, a quem for, uma sensação estritamente penosa — tudo no bom sentido. — Maqtheus
2014
I Never Learn
Lykke Li
Lykke Li é uma exímia artista e cronista em relatar tão intensamente a dor de um coração partido. Ninguém além dela sabe como retratar, em canções sedimentadas como pedras duras e pesadas, a melancolia — que é carregada de uma voz tão suave e rouca — enquanto parte de alguns sentimentos que são produzidos no fim de um relacionamento e/ou quando somos os principais espectadores a ver, com os próprios olhos e em total ciência, a relação defasando-se e aos poucos dissipando-se entre nossas mãos. Em I Never Learn, ela aprofunda muito mais essa intensa e conturbada ligação que possui com a tristeza em composições que são capazes de transmitir a sua vulnerabilidade e, também, momentos ternos quanto a essa inexplicável dor. Para isso, Li se utiliza de metáforas paradoxais que constroem e materializam liricamente o que está, ou o que, pelo menos, conseguem exprimir nem que seja a metade daquilo que ela está sentindo. É um trabalho poético sobre o amor e como enfrentá-lo mesmo nas inúmeras decepções que este tende a proporcionar. Indico essa obra para aqueles que, assim como eu, acham que ela se assemelha melhor com o que haveriam de ouvir na noite de halloween — optando por fazê-lo, espero conseguir expurgar minha também complicada relação com os sentimentos românticos e chorar um pouco (rsrsrs). — Joe Luna
2016
Entrañas
Arca
Assustador e provocante, Entrañas é o resumo perfeito da obra de Arca. Apoiada por referências inteligentes que vão de Cocteau Twins à The Cement Garden, a mixtape parte de vocais penetrantes e uma fusão única de texturas e sons peculiares que envolvem gemidos e disparos sintéticos provocados por arranjos de cravo e ruídos estratosféricos. É uma obra singular e que expira uma atmosfera justa e adequada às noites de horror do Halloween. — Maqtheus
2019
Turn Off The Light
Kim Petras
Enquanto as divas pop frequentemente lançam álbuns natalinos, Kim Petras decidiu seguir um caminho diferente e criou um divertido álbum dançante para o Halloween. A produção deste trabalho é incrível, e as transições entre todas as faixas fluem muito bem. Quando o escuto, me sinto em um divertido filme slasher. É impossível ficar parado quando "There Will Be Blood" começa. — Vit
2019
Girl with Basket of Fruit
Xiu Xiu
O experimentalismo soturno de Xiu Xiu nunca esteve tão escancarado quanto em Girl with Basket of Fruit, talvez o seu lançamento mais divisivo até hoje — e não é difícil entender o porquê. O disco usa sonoridades assustadoramente abrasivas, que vão do tribal ao industrial, como coadjuvantes de uma narrativa que explora o lado mais perturbador das relações humanas. É um registro pouco acessível, mas é impossível finalizar a escuta sem ser impactado de alguma forma. — Marcelo Henrique
2020
Visions of Bodies Being Burned
clipping.
Já imaginou como seria louco ouvir poemas com temáticas de cenas de terror dignas de roteiros do Jordan Peele? Duvido que tenha, mas esse produto maravilhoso já foi habilmente entregue pelo formidável storytelling de Daveed Diggs — um dos meus rappers favoritos — e pela fusão arrepiante de noise com o bem-quisto horrorcore dos produtores do grupo. Junto com Mystic Stylez, já citado nessa lista, esses são facilmente os melhores discos de hip-hop para se escutar no halloween, se ainda não o fez, o que pensa que está fazendo? — Sophia
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