Crítica | RAWR



★★★★☆
4/5

TAICHU é uma cantora e compositora argentina que recentemente lançou seu primeiro trabalho completo, RAWR, o qual abarca uma infinidade de experimentações com vertentes da cena eletrônica moderna com gêneros da música urbana latino-americana.

RAWR transforma a música pop latino-americana e superdimensiona o que é fazer música. É um hotcore, como seus fãs gostam de chamá-lo, sensual, atrevido e feroz; é uma mostra perfeita de como ritmos que agitam as festas noturnas mundo afora podem ser utilizados em uma refinada produção e mixagem — TAICHU traz elementos da cena underground europeia e também se inspira em seus vizinhos sul-americanos para construir a sonoridade deste projeto.

Fica claro do início ao fim o quão rico e weird esse projeto é. TAICHU abraça completamente a estranheza natural dos sons agressivos. Por exemplo, a faixa “d Cero”, que é um ótimo hyperpop que relembra os primeiros trabalhos do coletivo criativo PC Music, porém, também há guinadas ousadas como em “BALADARKS”, com uma interpolação em sua letra à “Visions”, de Charli XCX. Assim como os ferozes noise e o industrial presentes na faixa neoperro “Mortal-Kompa”. E há um pouco de Brasil aqui — “ALASKA”, um dance-pop minimalista com suaves beats de funk.

A música pop latino-americana também está se transformando e RAWR é um dos agentes responsáveis por tensionar essa transformação, além de que coloca TAICHU como estrela trash em ascensão da música pop latina. Um dos melhores discos do ano explora a sensualidade e a diversão das festas noturnas.

Selo: DALE PLAY
Formato: LP
Gênero: Pop / Experimental, Eletrônica
Joe Luna

"Graduando em Economia Ecológica pela UFC, 23 anos. Educador ambiental e redator no Aquele Tuim, onde faço parte das curadorias de MPB, Pós-MPB e Música Brasileira e Música Latina/Hispanófona."

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