Os Melhores Discos de Música Experimental de 2023


Uma lista com Graham Lambkin, 100 gecs, dadá Joãozinho e mais!

Nesta publicação, os redatores do Aquele Tuim foram responsáveis por listar os 10 melhores discos de música experimental lançados em 2023. Partindo da premissa de que o gênero pode ser composto por inúmeros outros estilos além da música eletrônica, aqui você encontra uma variedade de obras que abrangem diferentes espaços e conceitos musicais que chamaram a atenção ao longo do ano.




10.
10,000 gecs
100 gecs

Como fã ávida do duo, estava no aguardo desse disco faziam quatro anos, e estava com medo do que ele seria, será que continuariam explorando seus limites? Bem, passaram esse tempo todo produzindo que nem loucos e escolheram as ideias mais abjetas de coerência dentre as mais de 400, e posso afirmar que deu muito certo. Músicas como “Frog On The Floor” estarem ao lado de “Billy Knows Jamie” e “mememe” num álbum supostamente de Pop é tudo que eu poderia esperar deles, já que as músicas serem boas eu sabia que seriam, mas ter a certeza de que eles não ficarão estagnados em tendências passageiras era tudo o que eu precisava, e ainda bem que recebi. — Sophi




9.
Picture of Bunny Rabbit
Arthur Russell

Curiosamente mal recebido, o novo álbum de Arthur Russell tentou ir tão longe, ou ainda mais longe, dentro da estética do ambient pop quanto em seus discos mais populares. Resultado maravilhoso, um dos trabalhos mais experimentais de toda sua carreira. — Tiago Araujo




8.
The Lamb as Effigy
Sprain

No que tange a música conceitual, The Lamb as Effigy é o álbum mais criativo e genuinamente de cair o queixo do ano. O vocalista entrega líricas místicas e demoníacas retratando com perfeição o interior do jovem moderno, enquanto os barulhos incessantes das guitarras são musicalmente ressignificados em ritmos não ortodoxos e melodias perturbadoras. Sem nem falar de momentos asmáticos como os órgãos de “Margin For Error” e o “cordeiro” em “God, or Whatever You Call It”. É uma enorme pena que a banda se dissolveu logo depois de lançar esse disco, poderiam facilmente entregar mais clássicos, mas ao menos temos essa obra-prima do rock experimental para nos satisfazermos. — Sophi




7.
*1
Rắn Cạp Đuôi

O maximalismo de Rắn Cạp Đuôi em *1 ganha mais sentido com as intensas colagens e desconstruções que, no contexto da música experimental do continente asiático, se revela com um sublime destaque de sofisticação. Contudo, este trabalho não trata apenas de um material disponibilizado pelas arestas de um contexto que pode soar dispensável para muitos; Rắn Cạp Đuôi é muito mais que isso. Desde o início, o coletivo, formado em 2015, tem trabalhado continuamente para estabelecer uma nova visão da música de vanguarda em Saigon, no Vietnã. E, através de exposições e performances — algumas que duraram mais de 48 horas ininterruptas — não se pode dizer que eles não tiveram sucesso. Por esta razão, *1 deve ser pensado como uma demonstração crua do trabalho do coletivo. Não é, portanto, um álbum solto lançado por acaso. É uma das várias documentações musicais de 2023. — Matheus José




6.
I Killed Your Dog
L’Rain

De natureza desconcertante, I Killed Your Dog é a catarse surreal de Taja Cheek sobre o amor. Um diagrama das facetas serrilhadas do maior âmago da experiência humana. — Felipe




5.
tds bem Global
dadá Joãozinho

Em sua estreia, dadá Joãozinho desenha a síntese da verdadeira face da maior megalópole da América Latina. Galgado pelas suas experiências enquanto carioca que vive em São Paulo, tds bem Global traduz essas inquietações em um álbum com experimentações vanguardistas, compassado pela correria característica da cidade. — Felipe




4.
gush
soft tissue

Impor sutilezas e detalhes que só podem ser captados com uma escuta atenta, enquanto reconstrói texturas e sons, são características precisas do trabalho de soft tissue em gush, uma obra que extrapola o sentido constitutivo da música como arte, repondo características e instigando a reflexão sobre a maneira como o som e a sua percepção estilística devem ser vistos no plano articulado da tenuidade artística. — Matheus José




3.
MIMOSA
cabezadenego, Mbé & Leyblack

2023 foi um ano que fincou, na cara de todos, a bandeira do funk como ato nacional mais experimental da atualidade — mesmo que seja uma realidade desde os anos 2000 — e Mimosa é o álbum que melhor explora isso. O teor noturno, macabro e deliberadamente misterioso do disco revela um jeito completamente diferente de como usar o funk, beirando o psicodélico. O projeto conta com músicas dançantes, experimentações passageiras e incontáveis samples desconhecidos e conhecidos numa ordem que não funciona, nem deveria funcionar, desorientando, mas hipnotizando tal qual a capa sinistra indica. Mimosa soa um pouco poético, um pouco alienígena, um pouco sexual, um pouco atmosférico e um tanto Brasil, um prato cheio para qualquer um que entrar de mente aberta no disco. — Sophi




2.
DJ E
Chuquimamani-condori

Para muito além de rótulos como inovação e criatividade, DJ E é resistência artística. — Tiago Araujo




1.
Aphorisms
Graham Lambkin

Em termos de experimentalismo, é impossível deixar esse álbum de fora. A experiência mais singular que Graham Lambkin já proporcionou em sua incrível carreira. Definitivamente um álbum que não é para todos os momentos, mas com certeza um álbum que deve ser ouvido pelo menos uma vez. Sinestesia pura. — Tiago Araujo
Aquele Tuim

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