Elas podem te emocionar na mesma intensidade da magia natalina.
Mariah Carey é, indiscutivelmente, a rainha do Natal. “All I Want For Christmas Is You” se consagrou como um clássico contemporâneo, mudando as dinâmicas da indústria no mês de dezembro e fomentando a data comemorativa como um dos símbolos da sua carreira
Porém, o legado artístico de Mariah vai para muito além do Natal. Essa seleção de 13 músicas passeia por todas as suas eras e fases, contemplando com afinco o seu catálogo.
1990
“Vision of Love”
A primeira música da carreira de Mariah, que a trouxe para um estrelato tão rápido e tão forte. Escrita pela artista quando ela tinha apenas 19 anos, a faixa demonstra o quanto arrepiante e fervente suas letras poderiam ser já naquela época, arrancando lágrimas facilmente e a partir dali, contestando ser uma das maiores estreias na história da indústria.
1991
“Emotions”
Em tão pouco tempo, Mariah continuava a excelência de sua arte de alcançar altos pontos vocais, como faz nessa música. Ela é história tal qual “Vision of Love”, mas de uma forma mais atraente. Aqui, os vocais da artista atingem quatro oitavas de C3 até E7, se tornando um marco vocal de seu catálogo.
1995
“Fantasy (feat. Ol’ Dirty Bastard)”
Um remix histórico para a cultura pop, “Fantasy” revolucionou a progressão da indústria como a primeira parceria de uma cantora pop com um rapper a fazer sucesso no mercado. A versão solo também não deixa a desejar, se tornando a primeira música feminina da história a estrear diretamente em primeiro lugar nos Estados Unidos.
1997
“The Roof”
Com sample da música “Shook Ones (Part II)”, da dupla de rappers Mobb Depp, Mariah se aventura na sua colisão com hip-hop, mas, dessa vez, mais íntima e melancólica. Em uma mensagem de um amor privativo em um terraço, Mariah imposta pela primeira vez a sua vulnerabilidade honesta, liricamente e com seus sentimentos deliciosamente impuros.
1997
“Outside”
O pensamento mais árduo e inocente que podemos ter está nessa música, que parte do seu relato da falta de pertencimento do que parece ser simples e a dificuldade de se encontrar num semblante da realidade personalística. É uma linda característica sobre a nossa visão a respeito de quem somos, uma música que certamente nunca envelhecerá.
1999
“Bliss”
É intensamente prazeroso ouvir essa música e seus detalhes tão silenciosos e, ao mesmo tempo, gritantes, que conduzem a magia poética da sua obra. Com falsetes harmonizados e arrepiantes, você se concentra na desenvoltura vocal e precisa de Mariah a cada verso, aumentando a potência de impressão sobre seu poder vocal.
2001
“Didn’t Mean To Turn on You”
Parte de sua primeira trilha sonora, do controverso filme “Glitter - O Brilho de Uma Estrela”, a canção celebra uma homenagem à música disco dos anos 70 e ao new jack swing dos anos 80. Com seu refrão fantástico de linhas e sintetizadores e com um solo de guitarra elétrica fervoroso, a canção eleva até sua ponte, criando uma atmosfera única do funk nostálgico junto a uma expansão que faz referencia, timidamente, ao jazz fusion — ela se mantém de forma inteligente do começo ao fim.
2002
“Boy (I Need You) (feat. Cam’ron)”
Arriscando cada vez mais em seus sussurros aconchegantes, Mariah se permite a ter sua métrica posta em algo denso, característica única de suas colaborações de hip-hop. A faixa demonstra como a maturidade artística de Mariah a libertou de músicas românticas bregas, que agora já estavam em um passado distante.
2005
“We Belong Together”
Eternamente guardado nos corações da geração dos anos 2000, “We Belong Together” se tornou uma das faixas essenciais da carreira de Mariah. Marcante, sólida e brilhantemente amorosa, ajudou a impactar o estilo sonoro na memória de quem viveu esse sucesso e de toda a cena R&B daquela época.
2009
“Obsessed”
Com suas referências cinematográficas ao filme adolescente “Mean Girls”, com a clássica frase “Why so obsessed with me?”, a música garantiu a longevidade de Mariah com o público mais jovem em seus 20 anos de carreira. Ainda por cima, com uma leve indireta a obsessão de homens que não aceitam a autonomia feminina e sua rejeição à incapacidade adulta deles.
2013
“#Beautiful (feat. Miguel)”
Suave e sofisticada, facilmente relembra clássicos sons da era de ouro da gravadora Motown. Com Miguel apresentando seus versos bonitos e com uma química gostosa sobre os vocais de ambos, se concretiza como a peça mais inovadora de Mariah até o momento. Como o próprio nome diz, a música é muito linda de se levar como uma brisa primaveril.
2018
“Giving Me Life (feat. Slick Rick & Blood Orange)”
Dolorosamente magnífica, as nuances da produção de Blood Orange encantam os ritmos na elevação da música, com contraste de composição rítmica e o cuidado dos vocais da Mariah, que é lindamente fora do comum. Além de ser uma faixa bem equalizada, ela demonstra que a artista conseguiu se adaptar aos conceitos sonoros atuais com sua identidade artística de décadas — não apenas aqui, mas no próprio Caution como um todo, que é destaque absoluto de longevidade material da sua arte.
2018
“Portrait”
Finalizo a lista com uma das suas últimas músicas lançadas por ela, “Portrait”, que encerra o disco Caution. A faixa é relativamente descritiva: um retrato da vida de Mariah, sobre mágoas, vulnerabilidade, mudanças e sua honestidade emocional. Dentro de trinta anos de carreira, ela vibra com seu talento indiscutível, da maneira da sua comunicação lírica e artística e, principalmente, de ainda manter sua composição viva e retroativa no mesmo conjunto.
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