Crítica | Live in Luxembourg, December 3rd 2021



★★★★☆
4/5

Live in Luxembourg, December 3rd 2021 é, como tantos registros que seguem a sua abordagem, um fragmento temporal que sucede aos aspectos mais empíricos da improvisação e da música eletrônica.

O disco consiste em quatro faixas retiradas de uma performance colaborativa entre Jan Jelinek e Arthur Clees em Luxemburgo. Sem fins lucrativos e contando apenas com o radar artístico da dupla, o espetáculo é vividamente expresso pelos simbolismos da música eletrônica contemporânea.

Há, em alguns momentos como “excerpt 1”, uma mistura entre os arranjos sintéticos de Jelinek e a perturbadora percussão de Clees na construção ruidosa e precisa em que o som se expande. Em contrapartida, “excerpt 3”, com quase dez minutos de duração, é caracterizado por um silêncio calmo e quase meditativo – mais reflexivo, talvez – que é interrompido por diferentes funções rítmicas naturais das quais positivamente preenchem o ambiente.

É de se pensar na forma em que uma peça como tal, e seu significado — que nunca mais poderá ser produzido — consegue acertar em cheio em sua própria composição. É um dos grandes exercícios musicais que podemos vivenciar em 2024.

Selo: Faitiche, mint.conception.recordings
Formato: LP
Gênero: Experimental / Eletrônica / Improvisação
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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