Crítica | “yes, and?”


★★★★★
5/5

Ariana Grande nunca esteve tão feliz. Realizada no amor e na vida profissional, a cantora não quer mais saber das críticas que fazem a ela. Esse é o ponto de partida de “yes, and?”, carro-chefe de seu próximo álbum de estúdio que, ao que tudo indica, se chamará Eternal Sunshine, em referência ao filme de mesmo nome.

Desde “no tears left to cry” (2018), lead-single do excelente Sweetener, o trabalho de Ariana ganhou contornos autobiográficos. A artista, além de ter começado a explorar diferentes direcionamentos artísticos desde então, também passou a narrar com mais frequência acontecimentos que atravessaram sua vida pessoal. Consequentemente, isso gerou mais aproximação e identificação com o público e contribuiu para que a estadunidense se tornasse uma das grandes estrelas pop da atualidade.

Com “yes, and?”, não é diferente. Escrita e produzida por Ariana Grande em parceria com os hitmakers Max Martin e Ilya Salmanzadeh, a faixa faz menção aos constantes comentários que vêm sendo feitos nas redes sociais a respeito da artista nos últimos anos, seja sobre sua aparência, seja sobre sua vida amorosa. “Now I'm so done with caring / What you think, no, I won't hide / Underneath your own projections / Or change my most authentic life”, canta ela, ressaltando não se importar mais com o que os haters têm a dizer.

A letra ácida e divertida vem acompanhada de uma roupagem noventista, que nos transporta diretamente para os anos 90. O single interpola “Vogue”, de Madonna, um clássico do house music que se encaixa perfeitamente com o tom irreverente, mas provocativo, da canção.

É provável que “yes, and?” não seja uma unanimidade — e nem há essa pretensão. No entanto, dificilmente a faixa passará despercebida, fazendo jus a um dos retornos mais aguardados dos últimos anos. Madura, confiante e bem produzida, a faixa tem potencial para entrar no rol de melhores músicas de Ariana Grande.

Selo: Republic
Formato: Single
Gênero: Pop / House
Lucas Souza

Jornalista, escritor, noveleiro e movido a música desde que se entende por gente. Redator na Aquele Tuim e curador de MPB, Pós-MPB, Música Brasileira e Pop.

Postagem Anterior Próxima Postagem