Crítica | “Taka Fogo em Kiksilver”



★★★★★
5/5

Em “Taka Fogo em Kiksilver”, d.silvestre mostra que nada, absolutamente nada é capaz de conter a força magnética do funk ao se retroalimentar do conceito básico de que a música, ao contrário do que muitos pensam, não surge do vácuo e tampouco deve ser, em sua máxima idealização, algo 100% original.

A faixa começa como uma reimaginação de “TACA FOGO EM QUIKSILVER, SÓ MENOR ESTELIONATÁRIO”, de DJ JOHN ZN, MC MTOODIO e strong mend, lançada no ano passado. Mas sem se apegar a fórmulas, d.silvestre e os demais aqui creditados — MC MTOODIO, MC LELE 011 e Dj pablynh da 017 — se propuseram a deixar evidentes seus próprios sinais. É um esforço criativo tão feroz e estridente, que a atmosfera gerada pela transformação, vejam-se as excelentes adições, parece guiar-nos para um terreno pouco explorado nesta recente onda de extremismo sonoro do funk.

É como se os momentos de percussão, secos e misturados com a explosão da base, dessem lugar a um efeito anterior aos arrastos do hardcore industrial, mais melódico do que nunca e tão sombrio quanto se possa imaginar, dando espaço para que através disso saiam uma dezena de interpretações, mas sem deixar de ser, obviamente, o funk em sua objeção mais firme. É da pura.

Selo: Independente
Formato: Single
Gênero: Funk / Experimental
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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