Crítica | AUDIO VERTIGO


★★★☆☆
3/5

A juventude nos traz diversos pensamentos, fantasias e expectativas do que a vida adulta pode nos oferecer. Entretanto, sempre há um choque absurdo quando amadurecemos e vemos que os nossos sonhos de criança e adolescente ficam em segundo plano com as responsabilidades que chegam devido ao nosso desenvolvimento pessoal. Elbow retrata esse tema de forma reflexiva e com muitos lamentos em Audio Vertigo.

Mais que os sonhos, o afeto familiar também muda com o passar dos anos (isso não significa que ele diminui, obviamente) já que tudo o que fazemos de novo quando crianças, seja andar pela casa, ler, escrever ou contar histórias é considerado algo grandioso e belo, enquanto nossas conquistas mais maduras são comemoradas de forma mais fria. Isso é contado diretamente em “Things I've been telling myself for years”, primeira faixa do disco:

...Here's to a doting mother's voice assisting me in every choice Saying, “Chorister, binman, or barrister? So lucky, son, to have you" / Here 's to walking in every room like ascending for an Oscar oh yeah!...

Junto desse assunto, Elbow se aproveita de uma sonoridade interessante para contar suas histórias, sendo esta uma combinação da cultura africana com o art rock tradicional, usando instrumentos clássicos e sintetizadores, deixando o som robusto e bastante divertido. Obviamente, se torna algo massivo e até um pouco repetitivo às vezes, mas, não deixa de ser algo impressionante a se notar.

O décimo álbum do quinteto britânico consegue, de maneira extremamente atrativa, nos passar com clareza o sentimento de transição de épocas em nossas vidas. Uma ótima pedida de boas vindas ao mundo adulto, mesmo que seja com requintes de crueldade.

Selo: Polydor
Formato: LP
Gênero: Rock / Art Rock
Davi Landim

Meu nome é Davi, curso jornalismo e sou viciado em escrever sobre música. No Aquele Tuim, faço parte da curadoria de Rock.

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