Crítica | ear candy


★☆☆☆☆

1/5

Chegamos naquele momento em que um gênero começa a ter projetos feitos de má vontade por não-músicos famosos, e é a vez do hyperpop. Em toda a sinceridade, enquanto escutava ear candy, a última coisa que passava pela minha cabeça era o próprio conteúdo do álbum. Todas as melodias, sintetizadores, performances e momentos entraram por um ouvido e saíam pelo outro, e por isso tive que ouvir o EP várias vezes.

Durante esse processo, notei logo de cara que todas as faixas seguiam uma exata mesma estrutura, os exatos mesmos temas, as exatas mesmas formas vocais de se expressar e as exatas mesmas paletas sonoras. Portanto, tomei por mim que, como conclusão lógica, não há nada que realmente separe uma música da outra, e assim denotando que todas as músicas são, na prática, iguais. Se alguém não consegue observar a diferença entre 14 músicas, todas com os mesmo elementos dispostos na mesma ordem e maneira, então não é diferente de 14 músicas de puro silêncio; elas são todas idênticas em definição da mesma forma que gêmeos idênticos são vistos como idênticos.

Dessa forma, é por essa completa ausência de esforço, qualidade, diversão ou personalidade que digo, com convicção, que ear candy é o mais vazio álbum de 2023, e que não há como se interessar menos por algo desse ano, visto que nem ele se interessa minimamente por si mesmo.

Selo: Fat Cat
Formato: LP
Gêneros: Pop / Hyperpop, Pop Rap
Sophi

Estudante, 18 anos. Encontrou no Aquele Tuim uma casa para publicar suas resenhas, especiais e críticas sobre as mais variadas formas de música. Faz parte das curadorias de Experimental, Eletrônica, Rap e Hip Hop.

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