Crítica | “Labirinto”


★★★★☆
4/5

Com um sample do lendário hitmaker de eurodance Gigi D’Agostino, Beltrano produziu em “Labirinto”, um excepcional diálogo entre a obsessão amorosa e a doçura fútil e artificial da música pop eletrônica.

Inexplicavelmente viciante, a faixa conta com sintetizadores plásticos e vocais com doses cavalares de mecanização, levemente enfadonhos e incrivelmente contagiosos. Toda a sua produção é démodé, mas não no sentido de uma característica negativa, e sim no de intensificar o caráter naturalmente desatualizado do eurodance e, por isso, causar uma gigantesca sensação de falsidade e divertimento.

Assim, Beltrano busca complementar a sonoridade pueril da faixa com letras estranhamente simples, mas que sintetizam muito bem a toxicidade do amor, a intensidade do sentimento e a obsessão psicótica que se deriva dele. Canta: “E quando eu te alcançar / Você vai perder o ar / Não vou deixar você me escapar / Você não sabe o quanto eu quero você / Faço de tudo pra poder te ter”

“Labirinto” é um modelo para o resgate da sonoridade dos clubes dos anos 80-2000, um que tem total consciência da besteira completa que esses estilos são, e que, portanto, procura investir ao máximo nessa linda característica.

Selo: Independente
Formato: Single
Gêneros: Pop / Eletrônica, Dance-Pop, Italo Dance

Sophi

Estudante, 18 anos. Encontrou no Aquele Tuim uma casa para publicar suas resenhas, especiais e críticas sobre as mais variadas formas de música. Faz parte das curadorias de Experimental, Eletrônica, Rap e Hip Hop.

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