Crítica | Loss Of Life



★★★★☆
4/5

Após o sucesso de Oracular Spectacular em 2007, muitos questionaram qual seria o destino da banda MGMT. Era evidente que o duo não seguia um caminho convencional, e as múltiplas faces de suas músicas deixava claro que nem mesmo eles sabiam ao certo para onde estavam indo. No entanto, essa incerteza era parte do charme e da essência que os definia.

Mas afinal, o que caracteriza o destino de MGMT? Alguns dizem que é a sua capacidade de brincar com a música, de explorar as sombras do pessimismo de maneira lúdica — prefiro acreditar que não é somente essa abordagem que os define, mas também a existência de uma força distintiva que os impulsiona. No entanto, em Loss Of Life, além de se revelar como uma ode ao rock clássico e a sonoridade folk psicodélica, percebe-se uma mudança sutil — é como se eles estivessem buscando um novo ponto de vista, uma perspectiva mais leve, em que o pessimismo cede espaço a algo mais equilibrado.

O que mais impressiona nisso tudo é a habilidade da banda em transformar a paranoia em otimismo, em canalizar a inquietação emocional de forma positiva; há uma sensação de urgência, mas ao mesmo tempo há algo que se desapega dessa sensação – é como se cada nota fosse um convite para explorar os recantos mais profundos da mente, a fim de confrontar os medos e abraçar as possibilidades que o futuro reserva. Diante disso, ao mesmo tempo que há uma nostalgia palpável, um eco dos tempos passados ressoa.

Nota-se no álbum, como um todo, a maneira que cada sentimento é concreto ao falar do amor, da morte e da decadência humana; é como se cada nota ressoasse como uma sinceridade renovada. Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser parecem estar em busca de um equilíbrio entre as sombras e a luz, entre o ceticismo e a esperança, explorando e desafiando as expectativas para encontrar uma voz própria em meio aos solos e acordes que se configuram em mais uma peça desse intrigante quebra-cabeça sonoro que é a jornada do duo.

Selo: MGMT, Mom+Pop
Formato: LP
Gênero: Rock
Brinatti

Cientista Social com ênfase em Antropologia e Sociologia, 27 anos. É redator e repórter no Aquele Tuim, participando das curadorias de Funk e Pop.

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