Crítica | Moves in the Field



★★★☆☆
3/5

Moves in the Field, de Kelly Moran, é um daqueles discos que tem sua força como robustez. Dedicada a criar ganchos e melodias que realçam a sua fórmula com aspirações musicais de concerto, a artista faz do piano uma extensão do seu corpo.

Não apenas um objeto, ou uma certeza de um caminho percorrido; o piano de Kelly é a base de seus estudos. “Superhuman”, por exemplo, é tão pop que transita entre os espaços da música eletrônica, de forma semelhante ao que Aphex Twin fez em Druqks — não à toa a artista postou um vídeo tocando a faixa “Avril 14th”, em comemoração ao 14 de abril na tradição Aphex Twinliana.

Mas o Move in the Field vai além de uma referência: é a busca de tecer um posicionamento próprio. É por isso que o estilo inconfundível, para não dizer único, de dedilhar rápido, doce e extremamente hipnotizante, como em “Dance Polynomials”, preenche o vazio deixado pela ideia de que uma pianista e compositora clássica, como Kelly, giraria no eixo da escola em que faz parte. É um erro, e ela explica o porquê disso em seus quarenta e cinco minutos de auto-absorção.

Selo: Warp
Formato: LP
Gênero: Experimental
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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