Crítica | No Reino dos Afetos 2



★★★★☆
4/5

Persuadido pela perspectiva irresistível do amor, Bruno Berle propõe um trabalho robusto ao tratar No Reino dos Afetos 2 como uma obra de continuação. Contido por faixas descartadas do seu disco de estreia, No Reino dos Afetos (2022), elas ganharam novas roupagens e desnudam uma relação mais intrínseca do artista com o amor romântico.

Como o próprio Bruno já revelou algumas vezes, o destaque das suas obras se realiza através da diversidade. No entanto, é neste álbum em que o artista concretiza essa intenção com maior proeza, propondo uma seleção de faixas que ora abraçam suas características mais marcantes, ora mergulham em camadas eletrônicas mais aparentes, seja pela paisagem dissonante da produção de “Acorda e Vem” ou pelas distorções tímidas de sua voz em “Dizer Adeus”. A organicidade do dedilhar doce de violão e a textura granulada (que certas vezes flerta com o lo-fi), tão amadas na sua obra, não estão dispostas em posição de contraste, mas sim de complementaridade.

Berle é um mestre em encantar através de suas canções sensíveis e apaixonadas, que retratam o amor de forma extremamente aberta e sincera. Ao lado do produtor Batata Boy, ele consegue apurar essa proposição no seu segundo disco, sem perder a magia e a sua atmosfera aconchegante.

Selo: Coala
Formato: LP
Gênero: Música Brasileira / MPB, Bedroom Pop, R&B
Felipe

Graduando em Sistemas e Mídias Digitais, com enfoque em Audiovisual, e Estagiário de Imagem na Pinacoteca do Ceará. É editor adjunto do Aquele Tuim, integrando a curadoria de Música do Continente Africano.

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