Crítica | ROYALTY IS A BRUTAL CULT


★★★☆☆
3/5

Os scratches da faixa de abertura de ROYALTY IS A BRUTAL CULT, “Cuntanum”, servem como exemplo da sequência que se segue no processamento arrepiante de SLINKKER. A obra, que emerge de suas referências naquilo que foi o hyperpop, aposta em texturizações vocais com falhas e repetições quase ofensivas — no melhor dos sentidos.

Diferentemente do hyperpop que se perpetuou em países como China e Coreia do Sul, no Brasil, os resquícios desse espaço estão mais centrados no modelo de produção que corresponde ao amadorismo DIY que, por meio de programas online, permite uma melhor idealização das intenções dos artistas que procuram delinear suas próprias visões.

É por isso que ROYALTY IS A BRUTAL CULT, assim como outras peças do gênero, optam pela performance lírica em inglês, por se adequar melhor à estética do estilo que se tornou popular no exterior. O melhor uso disso aqui é em “Raspberry Girl”, em que palavras e termos são tocados através de uma roleta que se mistura com avanços superficiais e batidas que enfatizam a vocalização modificada, esta por sua vez opera em volume forçadamente baixo. É brutalmente divertido.

Selo: Independente
Formato: EP
Gênero: Eletrônica / Hyperpop, Experimental
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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