Crítica | CARANGUEJO DE AÇUDE


★★★½

Em CARANGUEJO DE AÇUDE, a banda Zepelim e o Sopro do Cão segue estreitando sua visão de rock numa perspectiva regional e com linguagem própria.

Quando Admirável Chip Novo, de Pitty, ganhou o Brasil, muito se discutiu — e ainda se discute — sobre as manifestações que permeiam o rock distante das regiões Sul e Sudeste, cujo gênero se desenvolveu como indústria ao longo dos anos. Nessa perspectiva, olhando além do que temos aqui, encontramos a banda Zepelim e o Sopro do Cão, que vem estreitando sua visão sobre o gênero desde sua fundação em meados de 2006. CARANGUEJO DE AÇUDE, álbum que explora o dinamismo do hardcore, numa perspectiva regional, com linguagem própria e identificado como parte integrante das aspirações temáticas da banda, é um sopro de realidade. “TERREIRO DE ANGOLA” é o máximo do que o conjunto propõe: flows que vão ao encontro dos acordes dissonantes da guitarra enquanto a letra quase inteligível nos encaminha para uma serra circular de significados. É uma atitude punk que muitos punks por aí não têm.

Selo: Independente
Formato: LP
Gênero: Rock / Música Brasileira
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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