Crítica | Rising


★★★★

Doce, Rising, de Jasmine Myra, se expande com a força da delicadeza.

O disco é multidisciplinar em sua forma, enquanto o saxofone assume a liderança em tudo o que é feito pela artista, seu entorno também se abre para expor pequenos fragmentos que contribuem para a atmosfera cuidadosa, com harpas, flautas e notas suaves de piano. Os sete minutos da faixa de abertura, “Rising”, são uma clara evidência da busca da saxofonista do Reino Unido por esse cenário que não é bucólico, mas também não é expansivo, máximo em sua brutalidade de arranjos e melodias.

Ao longo do álbum, são diversas as composições que apontam para um conteúdo formal na construção das ideias de Myra, como em “Knowingness” e “Still Waters”, que poderia partilhar um espaço perfeito com Utopia de Björk, se não fosse centrada na procura de um ponto de elevação, que surge na inquietação dos instrumentos que convergem com força no final. É lindo, mas se fosse simples seria tão especial quanto já é.

Selo: Gondwana Records
Formato: LP
Gênero: Jazz / Jazz Espiritual
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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