Crítica | Airdrop



★★★☆☆
3/5

O início dos anos 90 foi um dos períodos mais simbólicos da música eletrônica. Na época, ocorreram diferentes conversões ao redor do mundo, com a vanguarda se acentuando seguindo a influência de Brian Eno com suas peças de ambiente, os produtores ficando conhecidos não só pelo seu trabalho, mas pelas personalidades que moldaram o público — Aphex Twin e suas famosas entrevistas descrevendo seu processo de criação incomum.

Era comum um DJ operar seu maquinário quase como Victor Frankenstein cortando, colando, operando sua criação. A partir desse período, ficou claro que muita coisa nova poderia realmente surgir de uma mistura do passado analógico e do futuro tecnológico, com novos equipamentos e novos métodos de criação que transcendessem tudo o que tinham naquela exata partícula de tempo.

Airdrop, de Low End Activist, parece se aprofundar nesse período. Aqui, porém, vamos além de marcas de inovação ou algo parecido; é a tradição de ritmos ligados ao dance da Inglaterra (“Airdrop 03 (Mayhem On Barton Hill)”) com samples quebradiços, BPMs acelerados a uma potência quase destrutiva, que precede o drum n’ bass e a própria consternação hardcore do álbum. É a nostalgia do que era novo a partir do que agora é velho (Grime, UK Garage e até jungle) nada mais e nada menos que isso.

Selo: Peak Oil
Formato: LP
Gênero: Eletrônica / Hardcore, Dub, Drum n’ Bass
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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