Crítica | C


★★★☆☆
3/5

O produtor de música eletrônica Skee Mask representa em sua arte uma continuação da tradição deixada por artistas como Aphex Twin. Nota-se uma preocupação em desvendar os vastos usos, abusos e incorporações da música ambiente dentro de gêneros tradicionalmente dançantes, com a meta de tornar, assim, o uso desse adjetivo ambíguo e/ou vago.

A diferença principal na música de Skee Mask, entretanto, é derivada da lacuna temporal existente entre a sua época de ouro (fim da década passada e começo desta) e a de Aphex Twin (início dos anos 90), o que permite a utilização de novas e ilimitadas referências, especialmente as provenientes do ciberespaço. Isso é evidentemente explorado por ele em projetos fenomenais, a exemplo de Pool, uma meditação extraordinária através do futuro do IDM.

Contudo, denoto em seu primeiro disco do ano (uma compilação de outtakes) uma delimitação fraca do encontro das temáticas que ele quer explorar, tornando o álbum mais homogêneo e menos Skee Mask — é como se, ao invés de catalogar novas espécies, estivesse registrando as já catalogadas, de novo e de novo. Mesmo assim, é impossível não gostar do projeto, pois até o seu trabalho mais fraco consegue encantar e acalmar os nervos da mais atribulada alma. As texturas e ambiências escolhidas para serem o tapete dos ritmos inebriantes e alcoólicos do techno permanecem e são muito boas! Porém, caso nunca tenha entrado em contato com o trabalho do produtor, recomendo ouvir Pool antes.

Selo: Independente
Formato: Compilação
Gênero: Eletrônica / Ambient Techno, IDM
Sophi

Estudante, 18 anos. Encontrou no Aquele Tuim uma casa para publicar suas resenhas, especiais e críticas sobre as mais variadas formas de música. Faz parte das curadorias de Experimental, Eletrônica, Rap e Hip Hop.

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