Crítica | Dust Devil


★★★½

O velho casamento da música eletrônica com a música… eletrônica.

O esforço de Naemi para aprimorar suas proezas e guiá-las para a música ambiente é a principal força de Dust Devil. Além dos inúmeros convidados e da sutileza em operar os quase infinitos estudos eletrônicos, que criam verdadeiros exponenciais temáticos.

É como se a gente fosse muito rapidamente da abertura galáctica, dosada pelo R&B, “Its Feel So Good”, com Erika de Casier, até o turbilhão de sentimentos trip hop de “Couch Ángel”, com Arad Acid & Huerco S., em que os mais de sete minutos de duração acertam em cheio em paisagens retilíneas e vocais etéreos, sendo esta uma das operações mais incríveis já feitas com esse ritmo (que você encontra a Classificação AT clicando aqui).

Na verdade, o ritmo (como melodia) parece estar disperso ao longo da obra, como se a ideia de concretizar a música e as suas fórmulas passasse pela desconstrução extensiva de símbolos, sejam eles de classificação, ou aqueles que impõem uma certa coerção metalinguística entre vaguear por espaços de música ambiente e a própria eletrônica.

Selo: 3XL
Formato: LP
Gênero: Eletrônica
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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