Crítica | LUSTWERK III


★★★½

LUSTWERK III caminha pela lapidação proveniente dos processos em estúdio, mas também ganha ares de liberdade quando visto pela perspectiva da pista de dança.

LUSTWERK III, sequência de LUSTWERK II, é uma peça centrada nos diferentes arquivos do produtor Galcher Lustwerk, seja nas suas apresentações, seja nas ideias que não viram a luz do dia. São inéditas e portanto retiradas do mix White Material Records Mix #4, feito pelo produtor em 2018, além de terem sido organizadas como parte do material não divulgado de seu álbum Dark Bliss, de 2016.

A obra caminha pela lapidação proveniente dos processos em estúdio, mas também ganha ares de liberdade quando vista pela perspectiva da pista de dança, como “On The Floor” e “Original Coolest Driver's High” — com seus quase oito minutos de pura imersão no house e suas vertentes, ou composições ambientes, como o próprio techno.

É uma mistura refinada de outside house, com faixas empoeiradas como “O OK” e “What’s the point of house?”, que encerra o álbum com sua duração de sete minutos, os quais seguem por um bom tempo antes de haver uma promulgação definitiva do que parece ser um ponto de inflexão — para não dizer refrão — que a sequência repetitiva de fragmentos vocais, exatamente no meio da música, apenas amplia o desejo de Lustwerk de fazer suas criações recuperarem o lugar onde sempre deveriam estar: os clubes.

Selo: Independente
Formato: LP
Gênero: Eletrônica / House
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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