Crítica | Right Place, Wrong Person


★★★

Em Right Place, Wrong Person, RM mergulha no neo-soul, e embora sem grandes destaques, entrega uma obra deliciosa de ouvir.

O BTS está definitivamente em pausa. E esse é o melhor momento para os integrantes explorarem suas carreiras solo. Jungkook, por exemplo, entrou em gêneros voltados ao mainstream, apresentando faixas com participação de rappers, letras mais ousadas e produções que remetem exaustivamente ao pop ocidental. Já RM tomou um rumo completamente diferente, indo quase para a música alternativa focada principalmente na imersão de seus discos, e desta vez, o artista explora o neo-soul e o R&B contemporâneo em seu mais recente álbum, Right Place, Wrong Person, um bom trabalho, mas sem grandes destaques.

A obra traz uma produção neo-soul com mistura de sintetizadores pesados e vocais de rap em determinadas faixas, e outras que são cantadas, o que é um ponto positivo para o artista, pois demonstra sua versatilidade intuitiva. Porém, o álbum não é construído muito nos vocais de RM, mas sim na produção feita por Mokyo, Nancy Boy e outros produtores não mencionados. A sensação deliciosa de ouvir esse trabalho se deve mais à instrumentação gerada por eles do que aos vocais e ao rap de RM. “? (Interlude)” tem uma base interessante e calma que poderia facilmente ser uma faixa completa. Já “Come back to me” é um R&B contemporâneo que traz uma sonoridade melancólica ao som de instrumentos de cordas e batidas de bateria, o ritmo dos vocais de RM acompanha os 6 minutos de duração — que pode ser resumido como a melhor tentativa dele neste trabalho.

Right Place, Wrong Person é uma ótima obra para colocar no fundo da sua casa e curtir enquanto você faz suas tarefas, acredite, não é o melhor trabalho que um artista pode fazer — incluindo RM — no que se refere ao neo-soul, mas entrega o que foi prometido sem grande ousadia por parte do artista. Além disso, este trabalho se enquadra na categoria de mais um dos vários álbuns ouvidos aos montes este ano — pode ser bem apreciado agora, mas em breve se tornará mais um trabalho mediano esquecível entre outros do gênero.

Selo: Big Hit
Formato: LP
Gênero: Música do Leste e Sudeste Asiático / K-Pop, Neo-Soul, R&B contemporâneo, Jazz-rap
Lucas Melo

Estudante de jornalismo, 18 anos. Amante da música e da cultura pop desde da infância. É crítico do Aquele Tuim, em que faço parte da curadorias de R&B e Soul.

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