Crítica | São Juão (Ao Vivo)


★☆☆☆☆
1/5

Uma das maiores personalidades atuais do Brasil é a Juliette, e isso é inegável. Após traçar uma trajetória com grande apelo popular no reality show Big Brother Brasil, a paraibana decidiu explorar a música, lançando diversos projetos por aqui e por ali, tentando construir a sua imagem e a sua carreira. Marcando o seu primeiro lançamento de 2024, São Juão (Ao Vivo) é um álbum gravado ao vivo que apresenta covers de canções tradicionais das festas juninas e até mesmo sucessos do mainstream brasileiro atual. Poderia ser encarado como algo apenas simpático, se fosse bem executado.

Um dos pontos positivos notáveis é a voz suave de Juliette, que traz um toque diferenciado às canções, mesmo as mais enérgicas. Contudo, a tentativa de misturar tradição com modernidade é tão mal abordada que nos deparamos com “Vem Galopar (Adaptação de Pagode Russo)”, que mais parece uma paródia cantada por um comediante do Portas do Fundo do que uma adaptação jovial. As versões de “POCPOC”, de Pedro Sampaio, e “Dano Sarrada”, da Marina Sena, seriam as maiores novidades do projeto. Não são canções inteiramente ruins, já que não divergem muito das originais, mas não acrescentam nada ao projeto, parecendo apenas remixes de forró que se encontram facilmente no YouTube.

São Juão (Ao Vivo) é uma peça que talvez poderia funcionar, mas pelo nome de Juliette, e não pelas versões ordinárias. A cantora não consegue caminhar na mesma alegria das canções, muito menos se inserir no clima junino. Se esse álbum fosse uma comida típica da festa, seria como o cuscuz paulista – controverso, mas há quem defenda por motivos inexplicáveis.

Selo: Virgin
Formato: LP
Gênero: Pop / Forró
João Vitor

20 anos, nascido no interior da Bahia e graduando em Ciências da Computação. Faz parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático no site Aquele Tuim.

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