Crítica | b_b


★★★☆☆
3/5

Uma das maiores dificuldades para um artista ao avançar por carreira solo é organizar tudo o que fez, faz ou que gostaria de fazer, para então construir uma base e seguir em frente. Na verdade, isso não é uma regra nem nada do tipo, já que a carreira solo muitas vezes pode ser vista como uma oportunidade para começar do zero e ir do inesperado ao desconhecido. E é exatamente essa a impressão que temos de Yetsuby.

Projeto da artista sul-coreana Yejin Jang, que faz parte do duo Salamanda, conhecido por transpor realizações múltiplas de música eletrônica de vanguarda, sempre assíduo em suas raízes coreanas, Yetsuby é um nome que vai além de simplesmente calcular ou organizar sua presença como artista solo. Seu novo álbum, b_b, é a prova disso; embora o desafio seja necessário, não há dúvidas de que ela seguiu seu próprio caminho, sem muita ruminação com suas referências eletrônicas.

Aqui, a texturização tem precedência sobre qualquer outro meio de expressão utilizado pela artista em sua rica expressão. Ao passo que é delicado, remontando arpejos doces, microssons e harmonias vocais extremamente pensadas, b_b também é feroz, com cortes metálicos rápidos e ritmos borbulhantes que se chocam a cada instante, remontando uma força distinta em semicerrar sofisticação e pureza. “If I Drink This Potion” e “Poly Juice” servem como exemplos idílicos da persuasão de Yetsuby em chocar e encantar ao mesmo tempo. Mesmo distantes, ambas as faixas optam por texturas líquidas, escorregadias e incrivelmente pop. É o máximo.

Selo: All My Thoughts
Formato: LP
Gênero: Eletrônica / Eletroacústica, IDM
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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