Crítica | Big Ideas


★★★☆☆
3/5

Remi Wolf sempre foi uma artista de grandes ideias. Cadenciado pelos grooves do funk e do soul, seu olhar maximalista sobre o pop é a maior prova disso, além de ser uma marca registrada da cantora. Desde sua estreia independente em 2019, até o lançamento de seu primeiro disco, Juno, em 2021, era típico da norte-americana fazer muito com pouco — apesar de ser pautada pela estética amadora do bedroom-pop, sua música era caleidoscópica e nitidamente vibrante.

Big Ideas, seu segundo disco, dá a impressão de que essas ideias se tornaram maiores do que os limites do quarto da cantora e, inevitavelmente, precisaram ser levadas para fora de casa. É por isso que grande parte do registro soa antêmico, como se tivesse sido projetado para os grandes palcos — o synthpop de “Soup” é o maior exemplo disso. Já nos momentos mais comedidos do disco, se é que eles podem ser chamados assim, Remi Wolf explora suas fantasias: dar uma volta pela cidade no final da tarde (“Motorcycle”), fazer sexo em um hotel de luxo (“Toro”), acampar em um pântano (“Frog Rock” e “Just the Start”) e se envolver em uma viagem psicodélica (“Cherries & Cream”). Pode até ser demais às vezes, mas, de uma forma ou de outra, Big Ideas é a cara do verão americano.

Selo: Island
Formato: LP
Gênero: Pop / Pop Rock, Synth Funk
Marcelo Henrique

Graduando em Matemática Computacional pela UFMG e editor do Aquele Tuim, em que faz parte das curadorias de Pop e R&B e Soul.

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