Crítica | “chucking it”


★★★★★
5/5

Dean Blunt é um dos grandes nomes da música experimental da década passada, e há uma razão significativa para isso. Sua abordagem totalmente única à psicodelia, à refração e reflexão da (falsa) memória, sua maneira de desconstruir movimentos como o pós-punk, o art pop e o hip hop em perspectivas abstratas, e sua excelência em diversas manifestações artísticas — nas artes plásticas, na performance, no teatro — fazem dele um artista completo. Ele é tudo, inclusive pop e comercial, quando assim deseja.

Seu último lançamento, “chucking it”, é uma colaboração com a única, a misteriosa, a imaculada, a rainha da psicodelia e absolutamente inacreditável no século XXI Nova Varnrable. Membra ilustre da rádio-incursão britânica de música experimental, eletrônica e dub 5 GATE TEMPLE, Varnrable une forças com Blunt para criar uma faixa de apenas 100 segundos, mas que é mais do que suficiente para um experimento psicodélico de outro mundo. É uma contra-maré total à neopsicodelia no uso de efeitos, e, no entanto, representa uma notável diferenciação no mundinho Beatles-Floyd dos anos 60. É surreal que um material desses exista atualmente.

A duplicação sutil das percussões, a complexidade harmônica e rítmica do que parecem ser dezenas de violões, a hipnotização pop das vozes da dupla, aprisionadas em cal viva a bambolear pelo vento… é perfeito. Não existe ninguém parecido com Blunt ou Varnrable, e duvido que alguém consiga chegar perto.

Selo: World Music Group
Formato: Single
Gênero: Experimental / Folk Psicodélico, Hypnagogic Pop
Sophi

Estudante, 18 anos. Encontrou no Aquele Tuim uma casa para publicar suas resenhas, especiais e críticas sobre as mais variadas formas de música. Faz parte das curadorias de Experimental, Eletrônica, Rap e Hip Hop.

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