Crítica | DEATHWORK


★★★☆☆
3/5

A grande proeza de DEATHWORK está nos rimos industriais que circundam o dance ou qualquer outra forma de demonstração de base eletrônica estritamente pulsante, como o gabber de “Combe” ou o dembow de “Pitch Black”, que conta com a excelente participação de Isabella Lovestory.

O restante do álbum, e momentos bem definidos como “Godless”, o produtor parece manter-se estático num tipo de coalizão metálica replicante e que pouco tem a oferecer além de sua superfície desconcertante. Na verdade, essa pode ser a marca de DEATHWORK: um mergulho direto em ideias que pouco florescem, restando apenas uma busca incessante por sons e interpretações eletrônicas anêmicas demais.

Mas nem tudo nesse jardim está perdido. Momentos como “EGO FRAGILE / SPIRIT WEAK” e “Death Forever”, parceria com Bladee, que dispensa a ferocidade de lampejos frenéticos de intensas desconstruções e abraça as ambiências quase pós-apocalípticas, revelam com clareza os caminhos que Kamixlo deveria, ao menos, considerar seguir. Embora o produtor tenha muito a dizer, e muito a nos fazer sentir, pouco é de fato revelado em DEATHWORK.

Selo: PAN
Formato: LP
Gênero: Eletrônica / Pop
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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