Crítica | Elixa


★★★☆☆
3/5

Há várias coisas ao nosso redor que podem nos inspirar. Por exemplo, a calmaria de ambientes ainda intocados pelo urbanismo ou o barulho de lugares superlotados – esses aspectos, na maioria das vezes, ajudam a modular nossas produções artísticas. Na calma e paciência de um solitário mundo trip hop, três mentes sedimentam uma conversa silenciosa entre si; tentam engarrafar uma paisagem relativamente familiar, mas, ao mesmo tempo, cada um tem seu próprio entendimento.

Elixa é direto em mostrar e, extensivamente, repetir suas paletas auditivas. Isso não chega a ser um defeito, apenas o coloca em um lugar estagnado; são elementos atmosféricos que se multiplicam em uma hipnose incessante. Em seu meio, um vocal tímido lentamente se condensa, às vezes perceptível e em outros momentos absorto nos espaçosos instrumentais.

Ao percorrer um trajeto retilíneo, o projeto se situa em uma impasse entre avançar e descobrir o que vem depois; fica entre seguir em frente e se agarrar naquilo que já é costumeiro. Essa incerteza deixa uma certa curiosidade no ouvinte acerca das possibilidades que poderiam ter sido exploradas caso essas mentes divergentes tivessem se encontrado. Assim, ficamos sem saber o que aconteceria se fosse apresentado um melhor exercício, em grupo, de enfrentamento dessa cotidiana e aprisionante linearidade.

Selo: Efficient Space
Formato: LP
Gênero: Experimental / Hypnagogic Pop, Trip Hop
Joe Luna

Futuro graduando de Economia Ecológica (UFC), 22 anos. Educador ambiental, e redator no Aquele Tuim, onde faço parte das curadorias de MPB, Pós-MPB e Música Brasileira e Música Latina/Hispanófona. Além disso, trago por muitas vezes em minha escrita uma fusão com meu lado ambientalista.

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