Crítica | Hype do Vogue



★★★☆☆
3/5

Em Paris is Burning, um dos documentários mais importantes para o entendimento da cultura LGBTQ+, o vogue ou voguing é apresentado como um estilo de dança que recria, de maneira estilizada, as poses e linhas de modelos. É uma manifestação artística que sempre foi acompanhada por diferentes vertentes da música pop, da efervescência da música eletrônica e da resistência da comunidade queer.

Ao partir da América do Norte e chegar no Brasil, somos absortos na ruptura estilística do vogue e do house no trabalho Hype do Vogue, de R2POT, que utiliza muito das estruturas que compõem a estética, tanto física quanto sonora, do gênero que se popularizou nas ballrooms. No Brasil, entretanto, o vogue se manifesta de forma mais ampla na abstração do funk e nas suas batidas distorcidas.

Há muita experimentação eletrônica por parte de R2POT, que, por entender o espaço em que está se aventurando com seus convidados — nomes conhecidos da cena ballroom de Brasília —, apresenta uma fusão dos bailes vogue e funk. Estes, mesmo distantes por fatores geográficos e sociais, juntos representam uma única experiência: a de convidar o ouvinte a adentrar um ambiente dançante e cintilante, o aproximando a um espaço seguro de acolhimento, reflexão e celebração de ser quem você é — é dar play e servir pose, close e cunt.

Selo: Independente
Formato: LP
Gênero: Eletrônica / B
allroom, Funk
Joe Luna

Futuro graduando de Economia Ecológica (UFC), 22 anos. Educador ambiental, e redator no Aquele Tuim, onde faço parte das curadorias de MPB, Pós-MPB e Música Brasileira e Música Latina/Hispanófona. Além disso, trago por muitas vezes em minha escrita uma fusão com meu lado ambientalista.

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