Crítica | Metamorphic


★★★☆☆
3/5

Em março de 2024, as meninas do STAYC já haviam revelado que o seu primeiro álbum estava em planejamento. Isso sempre causa um alvoroço no K-Pop, já que os grupos – principalmente os atuais – trabalham em projetos cada vez menores, como EPs ou até singles digitais. O sexteto é um grupo bem querido, mas após recepções mistas de seus últimos materiais, uma dúvida misteriosa passou a marcar seus lançamentos: elas finalmente lançarão algo bom novamente? Com quatorze faixas, há muito o que explorar e analisar se, de fato, Metamorphic pode responder essa e outras questões.

Várias promessas foram feitas, tanto pela High Up quanto pelo próprio grupo, e esse foi um dos maiores problemas do álbum, também conhecido como: gerar falsas expectativas. A causa e o efeito são simples: lançar um trailer de oito minutos contando uma história misteriosa, divulgar fotos com um visual completamente diferente do que já haviam feito e esperar a reação do público. Por fim, com as primeiras prévias divulgadas, um gostinho da verdade foi revelado.

“Cheeky Icy Thang” é a faixa título e nos dá uma sensação de “igual, mas diferente”. O single contém elementos que ainda não foram tão utilizados pelo grupo, mas, como conjunto, não soa inovador. É uma música carismática e expressa bem a energia refrescante do STAYC, mas com altas doses de uma tentativa de ser “too cool for old school”.

O projeto ainda nos apresenta um pouco das membros de forma individual. “Find” tem a presença de Sieun, Seeun e J, e explora um 2-Step comercial que vem se tornando popular a cada dia no pop sul-coreano. Já “Fakin’” mostra Yoon e Sumin por um lado melancólico, mas que peca em ser comum e razoável demais. Já “Roses”, faixa solo de Isa, foca em destrinchar o seu vocal diante de uma canção com muitas influências no R&B contemporâneo. Ela se torna um dos maiores destaques do disco pelo fato de ser relaxante e, ao mesmo tempo, rítmica, que combina bastante com a imagem da integrante.

Um dos erros que, infelizmente, mais compromete parte da experiência é a duração das faixas. As quatorze músicas são individuais entre si e, como apenas quatro têm mais de três minutos, acaba criando uma atmosfera confusa. Muitas vezes as canções terminam rapidamente, e depois passam para outra sonoridade diferente, dificultando a assimilação de qual caminho o álbum está tomando.

O álbum ainda segue os erros passados ​​do grupo, pois em todos os seus projetos, vemos uma enorme lacuna entre o single e o restante das faixas. É sempre o cenário onde a faixa-título é alegre, confiante e forte, enquanto o restante das músicas são suaves, aconchegantes e têm grande potencial para serem esquecidas por não seguirem o mesmo ritmo. Há exceções, que tentam acompanhar a peça principal (“Twenty”, “1 Thing” e “Trouble Maker”), mas durante o seguimento, a produção parece ter o prazer de nos lembrar que elas são apenas comuns.

Selo: High Up
Formato: LP
Gênero: Música do Leste e Sudeste Asiático / K-Pop
João Vitor

20 anos, nascido no interior da Bahia e graduando em Ciências da Computação. Faz parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático no site Aquele Tuim.

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