Crítica | “MIND TRAIN"


★★★★★
5/5

Cornelius é uma figura excêntrica na antiga cena shibuya-kei; muito, muito excêntrica. A região era uma fervilhante panela de influências de inúmeros gêneros como pop, rock, jazz, R&B e eletrônica, formando artistas radicalmente diferentes uns dos outros, embora separados por apenas alguns metros ou quilômetros de distância. O que Cornelius fez nesse meio? Ele juntou tudo com o máximo de exuberância, absurdismo e estardalhaço possível, construindo álbuns de pura experimentação pop como Fantasma e 69/96.

“MIND TRAIN” surge décadas após o auge criativo de Cornelius como um ponto de convergência do que o caracterizou como persona peculiar na música japonesa. Ao utilizar o ambient pop — gênero de manipulações rítmicas pautado no krautrock —, o autor abre um leque infinito e espiralado de possibilidades de fusão, desmantelamento e transição de gêneros, além da sobreposição de ritmos. São nove minutos de modulações eletrônicas, rock, psicodélicas incrivelmente divertidas. O vídeo que acompanha a faixa ilustra bem o objetivo de sua criação: brincar, de forma quase infantil, com a repetição de ritmos, elementos, mudanças e adições. Divertida em seu ponto mínimo, intimamente fascinante em sua totalidade.

Selo: Warner Japan
Formato: Single
Gênero: Experimental / Ambient Pop, Eletrônica Progressiva
Sophi

Estudante, 18 anos. Encontrou no Aquele Tuim uma casa para publicar suas resenhas, especiais e críticas sobre as mais variadas formas de música. Faz parte das curadorias de Experimental, Eletrônica, Rap e Hip Hop.

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