Crítica | Rocky Top Ballads


★★★☆☆
3/5

Em Rocky Top Ballads, primeiro álbum de Fine, a cantora, produtora e compositora dinamarquesa cria uma peça country/folk puramente nostálgica, que também se destaca por ser muito moderna e compacta ao mesmo tempo. O projeto chama a atenção por ter sido criado quase inteiramente pela artista, que esteve presente não apenas na composição, mas também na produção e nos instrumentos ao longo das faixas.

O álbum é introduzido por “Coasting”, música em que a produção empoeirada e os vocais sem grande alcance técnico destacam a tradição do slacker rock. Em seguida, “Losing Tennessee”, a melhor música da obra, traz um folk bucólico que logo estabelece um cenário cinematográfico interiorano intocado pela modernidade e responsável por manter o amor e a dor, como ela canta no trecho:

Sometimes it's better it's when it's forgotten
All that's out there
Is one big lie
So don't say it's my problem
when I figure it on my own
If I got this
I got this

Rocky Top Ballads termina com “Star”, cujos acordes ganham força na representação vívida de uma despedida, apresentando também um estilo country de galpão cheio de personalidade e paixão. Apesar dos temas clichês como o amor e a descoberta de um espaço para as angústias, o disco é bem-sucedido em criar uma atmosfera própria, com uma variedade instrumental muitas vezes modesta, mas que transmite muito bem a presença singular de Fine em sua estreia que já é uma das melhores do ano.

Selo: Escho
Formato: LP
Gênero: Folk / Country, Slacker Rock
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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