Crítica | Trafiklys


★★★☆☆
3/5

Duarte Ventura e João Gato unem-se para celebrar a improvisação não como fonte primária dos avanços do seu estilo, mas como parte de um símbolo que faz do jazz uma aventura particular, repleta de sentimento e descoberta. Trafiklys levou cerca de três anos para ser concluído e agora pode ser visto não apenas como o resultado de uma quase pesquisa no campo da improvisação, mas sim de um esforço circunstancial de técnica e lógica composicional.

Ainda que haja uma construção de sentidos sedimentados nos espaços empíricos de produção, Trafiklys só alcança sua grandeza ao ter seus elementos deslocados com estudo e precisão. O saxofone e o vibrafone, tocando o ritmo um para o outro na abertura de oito minutos, “Bebop de Marte”, demonstram esse jogo inteligente entre Duarte e João, como se o dueto por eles estabelecido não fosse apenas uma parceria, mas a criação de ideias que pairam ao longo da obra. É uma dupla de sucesso e um disco igualmente bem sucedido.

Selo: Timbuktu
Formato: LP
Gênero: Jazz / Improvisação Livre
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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