Crítica | Vera Cruz Island



★★★★☆
4/5

Em Vera Cruz Island, o duo TAXIDERMIA, composto pela cantora Jadsa e o produtor João Milet Meirelles, cria uma fusão tropical entre a MPB e a música eletrônica para fazer uma ode à Bahia. O álbum proporciona uma encantadora viagem à Praia de Conceição, em Vera Cruz, onde instrumentos acústicos se entrelaçam com estrondos eletrônicos sob a luz do luar.

“PUREZA” inicia a jornada com harpas simpáticas e sintetizadores destemidos, que imediatamente pintam a paisagem sonora do projeto. Já a soturna “3 P.M.” traz uma atmosfera sensual com a ajuda de um verso marcante de Rei Lacoste. Em uma guinada mais pura à MPB, “CLARÃO AZUL” traz suaves dedilhados de guitarra que transportam o ouvinte diretamente para um pôr do sol na Praia de Conceição.

Ainda há espaço para incorporar outros gêneros musicais à produção, como as guitarras inspiradas no reggae em “NO PAIN” e aquele tuim do funk mandelão em “SANGUE FERVENDO”. De forma inventiva e natural, TAXIDERMIA promoveu o encontro de estilos opostos. Com letras autorreferenciais e contemplativas sobre a cidade de Vera Cruz, o álbum é um curto momento de escapismo em que a vida urbana e a praieira deixam de ser tão distantes uma da outra.

Selo: Independente
Formato: LP
Gênero: Experimental / Música Brasileira, Eletrônica
Tobia Ferreira

Emo de banho tomado e quase jornalista cultural. Graduando em Jornalismo pela USP e repórter do Aquele Tuim, em que faz parte das curadorias de Experimental, Eletrônica e Funk e R&B e Soul.

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