Discos para ouvir no transporte público


Uma lista com Julia Holter, YUKIKA, Burial, The Strokes, Negro Leo e mais!

O cotidiano de grande parte da população envolve o transporte público, seja ônibus ou metrô. Para muitos, o tempo de casa para o trabalho, de casa para a escola ou universidade, e vice-versa, é um dos poucos momentos de pausa no dia a dia. Com base nesta realidade, que muitos de nós da redação do Aquele Tuim ainda vivemos, decidimos escolher e recomendar alguns discos que, para nós, funcionam muito bem para serem ouvidos e apreciados no transporte público... parece bobagem, sabemos, mas é a nossa maneira pura e genuína de talvez fazer você dar o play em algumas dessas excelentes obras amanhã!




Mother Earth’s Plantasia
Mort Garson
1976

Música para plantas é um conceito interessante. Envolve pensar que a vegetação precisa de um estímulo para ser o que é, para crescer do jeito que cresce. Em 1976, Mort Garson levou isso ao extremo com um trabalho feito especialmente para as amigáveis habitantes de vasos, para os terrenos e para a terra, com seus sintetizadores fofos e sua aura otimista; um adubo para um crescimento saudável e fértil. Ouvir Plantasia durante os percursos e percalços da vida nada mais é do que adubar-se, procurar crescer num terreno fértil que às vezes é difícil de se encontrar à primeira vista. Ainda assim, Mort coloca suas tecnologias ao dispor. — Pedro Piazza




Deepa
Troop
1992

“Deepa” é uma das brilhantes e sedutoras obras que o new jack swing foi capaz de conceber durante sua breve passagem. Este álbum faz jus ao talento dos integrantes do Troop, muitas vezes negligenciados pelo excesso de estímulos da época em que estavam ativos. Os românticos incuráveis decerto encontrarão alimento para a alma não só nas baladas melodramáticas, mas também nas canções uptempo que embalam a pletora de emoções desenhadas em cenários banais, todavia exitosos no que diz respeito a gerar identificação pessoal. Para além, não é difícil imergir-se na narrativa proposta, sendo esta talvez sua principal qualidade. — Catarina de Oliveira




D>E>A>T>H>M>E>T>A>L
Panchiko
2000

Muito curto. Um EP para se ouvir a alguns secos, sonâmbulos e tristes quilômetros de casa, preferencialmente à noite ou excessivamente cedo, em fluxo de transbordo. A interferência estática do movimento urbano desmotiva a escuta do disco. Duvido que te motive a começar o dia, mas pode ser perfeito para terminá-lo ou para reestruturar a memória daquele cansativo — insuportável — dia anterior. Dezoito minutos. É o suficiente para suportar o ritmo. — Sophi




Kindred
Burial
2012

O som da chuva que abre o EP Kindred de Burial, junto com a atmosfera poeirenta e os cortes rápidos de future garage que o colocaram no topo da vanguarda do gênero, fazem parte da estética aprisionante, profunda e, porque não dizer, reflexiva que adorna toda a obra — e também momentos específicos de nossas vidas. Essas características não só transportam o ouvinte para lugares incríveis, completamente alheios à realidade, como também cabem em meia hora, um pouco menos do que a extensão da linha de circular que eu costumava pegar do terminal até as extremidades do meu bairro. É um disco perfeito não só para ouvir no transporte público, é claro, mas se você o fizer, os dias chuvosos ou nublados são definitivamente os melhores. — Matheus José




Loud City Song
Julia Holter
2013

Loud City é, por essência, a representação fiel do caos que rodeia as nuances de uma metrópole adormecida. Uma grande peça do art pop de Julia Holter, ele funciona como uma sinfonia que se bifurca entre instrumentações amordaçadas, sons ambientes cheios de perplexão e alguns silêncios cortantes. Um álbum excelente para ouvir em viagens dormentes, tomadas pelo cansaço, em que a única vista são as luzes enfraquecidas dos postes iluminando o caminho, pois já é tarde da noite. — Felipe Ferreira




The Balcony
Catfish and the Bottlemen
2014

Catfish and the Bottlemen apresenta um álbum repleto de sentimentalismo, que contagia tanto os românticos quanto aqueles que afirmam ter perdido a fé no amor. The Balcony é um LP de rock indie amplamente reconhecido, com faixas memoráveis como "Cocoon", que narra um romance complicado no qual ambos os lados lutam para permanecer juntos. "Pacifier" também se destaca como uma canção que expressa a saudade de alguém, refletindo a confusão dos sentimentos amorosos. The Balcony é um álbum que merece ser apreciado nos momentos em que se encosta a cabeça na janela do ônibus e se permite refletir profundamente sobre a vida. - Alícia Cavalcante




Manual
Boogarins
2015

A psicodelia serena de Manual, da banda Boogarins, é uma trilha sonora feita sob medida para viagens contemplativas na janela de um veículo. Em “Avalanche”, o vocalista Dinho vocifera contra os prédios imponentes das grandes metrópoles que atrapalham sua visão do sol. Já a praieira “San Lorenzo” traz a calmaria reconfortante de férias no litoral com seus riffs de guitarra relaxantes. O álbum é carregado de momentos reflexivos para quem se desloca sem ter um destino final. — Tobia Ferreira




Action Lekking
Negro Leo
2017

O experimentalismo brasileiro de Negro Leo oferece uma excelente opção para quem busca um álbum urbanizado com uma forte carga política. Action Lekking se destaca como seu melhor álbum nesses aspectos, além de ser muito divertido e capaz de proporcionar sensações positivas mesmo em ambientes tipicamente estressantes. Sua duração é outro ponto positivo, sendo ideal para se ouvir em um período não muito longo, mas também não tão curto a ponto de se cansar do álbum antes de chegar em casa. — Tiago Araujo




SOUL LADY
YUKIKA
2020

Em uma abordagem descontraída, a japonesa YUKIKA consegue transportar o ouvinte para outro mundo em seu primeiro álbum. As cores do city pop combinam perfeitamente com as luzes da cidade grande enquanto se move pelas ruas cheias e brilhantes. SOUL LADY é extremamente acolhedor e proporciona um passar de tempo agradável com canções excelentes. — João Vitor




The New Abnormal
The Strokes
2020

The New Abnormal é sempre o meu álbum essencial para viagens longas. Nele, você encontra um hedonismo que valoriza a busca pelo prazer sensorial e emocional, maximizando os momentos de felicidade e contentamento com a vida. Sabe quando está chovendo e você encosta a cabeça na janela do ônibus, se imaginando em uma cena de filme? Este álbum é a trilha sonora perfeita. Suas camadas e ritmos hipnóticos proporcionam uma experiência imersiva diante do cenário urbano. — Brinatti
Aquele Tuim

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