Os melhores projetos de funk de 2024 (até agora)


Uma lista com d.silvestre, DJ Anderson do Paraíso, Irmãs de Pau, NCCO, MC Dricka, DJ Arana, DJ Bonekinha Iraquiana e mais!

Na intenção de comemorar alguns lançamentos diversos que, apesar de recentes, já tiveram forte presença em 2024, reunimos os melhores projetos de funk do ano, entre os que foram lançados até agora!




10+2 SET AMBIENTE DO MILÊNIO 130bpm
cleozinhu

Para além de DJs e MCs próximos, muitos produtores de funk também se inspiram em outras figuras da música eletrônica e experimental, sejam elas brasileiras ou estrangeiras. d.silvestre adora Merzbow, DJ Ramon Sucesso sonha em colaborar com a Arca, entre outros exemplos. No caso de cleozinhu, ele deixa claro que a principal influência de seu último trabalho é a cena IDM e de música ambiente dos anos 90, composta por artistas como Aphex Twin. A junção desses espaços diametralmente singulares forma um tipo de música inigualável, que focaliza o funk como obra móvel, repleta de nuances e sutilezas. — Sophi




20 MINUTINHOS DE BEAT SERIE GOLD INOVADO 003
TERROR DO ES 027

O chamado beat serie gold, apesar de não ser novo ou tão presente nos lançamentos recentes quanto o beat bolha e o beat vapo, ainda é uma das variações instrumentais mais interessantes do funk. Seja voltado para a cena do Espírito Santo, do Rio de Janeiro ou de São Paulo. 20 MINUTINHOS DE BEAT SERIE GOLD INOVADO 003, disponível no SoundCloud, é uma das fusões mais interessantes do beat serie gold, com faixas curtas direcionadas às redes sociais e afins. Os vinte minutos aqui são, na verdade, uma extensão de remixes e mashups de diversas músicas que vêm agitando as paradas. E não há dúvida de que, sob esse ritmo, todas ficaram ainda melhores. — Matheus José




290224
DJ Bonekinha Iraquiana

Em um de seus primeiros sets do ano, e o primeiro sob o selo NTS, DJ Bonekinha Iraquiana demonstra todas as suas maiores qualidades nessa uma hora de pura bruxaria. A segunda metade, em especial, tem momentos espetaculares de cacofonia e caos absoluto. Para quem quer dar valor às DJs mulheres do funk, esse set é um ótimo começo. — Sophi




Acelero
Crizin da Z.O

Acelero, de Crizin da Z.O., projeto formado por Danilo Machado, Cris Onofre e Marcelo Fiedler, é mais um elemento que condiciona nossas reflexões. Aqui há uma certa atmosfera dolorosamente cotidiana, não representativa, mas descritiva de muito do que se vive à margem. E nada melhor para representar isso do que o funk e toda a sua ordenação caótica de múltiplas linguagens. — Matheus José




Apocalipse
DJ Duarte, MC GW & DJ TS

Em Apocalipse, a música clássica – ou a música erudita no contexto litúrgico ocidental – é muito bem reimaginada pelo funk, até certo ponto. É natural da concepção do funk organizar, em seu próprio eixo, a fusão musical – ou pelo menos a união – daquilo que, em tese, faz pouco sentido como parte do gênero. Apocalipse, de DJ Duarte, MC GW & DJ TS, surge como forma de concretizar este raciocínio. — Matheus José




As Melhores Músicas do MC Don Juan
Mc Don Juan

Mais que uma coletânea, As Melhores Músicas do MC Don Juan é a demarcação de um espaço definitivo para o MC no funk paulista. Do ritmado “Coração amoleceu” ao pós-rasteirinha “Sarra na Peça”, o LP explora uma evolução constante da sonoridade e das letras que percorrem cena, com batidas alimentadas por instrumentais secos, confortáveis e travessos ao mesmo tempo. É funk no ritmo mais comercial e recreativo possível, sempre com foco no sexo sem economizar nas adequações. — Matheus José




Caldeirão
Mc Dricka

Em Caldeirão, MC Dricka mostra que o funk não precisa ceder à música pop para ser reconhecido mundo afora. Mantendo sua essência e aproveitando-se de elementos crus que são próprios do estilo, a funkeira passeia de forma confortável entre vertentes do gênero e mostra versatilidade ao cantar por cima dos diferentes beats dos produtores presentes no álbum. Entre os destaques do projeto, “Golpeame”, parceria com a venezuelana Arca, começa muito bem os trabalhos com um funk ritmado bilíngue que combina perfeitamente a identidade das duas artistas. — Tobia Ferreira




Coleção DJ Licinha vol .01
Dj Licinha

Centrada na cultura internética, Liccy, artista de música experimental, personaliza o beat bruxaria à seu próprio modo sob o pseudônimo Dj Licinha. O clima inteiro da compilação é de diversão, absurdismo e eletricidade, seja no vocaloid de “イガク”, um beat bruxaria com percussões japonesas, no remix de “Locals (girls like us)” de underscores, sensação do hyperpop, em “RITMOZINHO DA UNDERSCORES BEAT DO TIKTOK” ou no quase power noise de “AUTOMOTIVO CURA TDAH”. — Sophi




Funktroit, Vol.1
MC Saci

Desde o ano passado, MC Saci vem emergindo como uma figura central no cenário do funk, especialmente a partir do lançamento de seu álbum Funktroit. No início deste ano, ele lançou Funktroit, Vol.1, definindo seu estilo como: "diferenciado; é isso que eu tenho pra falar: esse ritmo que eles chamam de funktroit é um ritmo diferenciado". Nesse álbum, Saci combina humor e irreverência ao abordar temas como sexualidade, putaria e relacionamentos de maneira descontraída e debochada. Suas letras são marcadas por uma estética que se assemelha ao detroit trap, com flows deliberadamente fora do comum, desalinhados do beat. — Brinatti




funk.BR - São Paulo (NTS)
Vários Artistas

funk.BR - São Paulo (NTS) é um compilado de 22 faixas que apresenta o melhor do funk mandelão, bruxaria e outros estilos característicos dos bailes da capital paulista. Artistas como MC GW, DJ Arana, DJ K, Bonekinha Iraquiana e DJ Dayeh exploram a ideia de que não há limites para o funk, desafiando os próprios limites do gênero e promovendo máxima experimentação. O álbum destaca uma dualidade entre linhas sintetizadas de baixo, marcantes para a sustentação rítmica da música, e batidas pesadas, assim refletindo a cena musical urbana e cultural da cidade paulistana. — Brinatti




Gambiarra Chic, Pt. 1
Irmãs de Pau

A maneira como as Irmãs de Pau se inserem nos espaços que desejam disputar é inspiradora. Sempre sem um pingo de arrependimento ou falta de coragem, elas, com o máximo de energia permitido, vão atrás de ocupar lugares que não as querem. No funk, no rap e na eletrônica, ambas dão o máximo de si para firmarem sua identidade dentro desses gêneros como travestis. Gambiarra Chic, Pt. 1 é tudo de melhor na arte do duo, com algumas das melhores músicas do ano como “FOOD FOOD”, “CUSSY” e “GAMBIARRA CHIC”. É o futuro da cultura ballroom no Brasil! — Sophi




Humildes do Soundcloud, Vol. 2 (LADO A)
Humildes do Soundcloud

O primeiro lado da segunda coletânea de funk dos Humildes do Soundcloud é o melhor exemplo do ano na intersecção entre a música EDM e o funk. Do tearout ao jungle, a música EDM é desconstruída sob a lógica do funk na maior parte da mixtape, notável em músicas como “BOLHAVERSO”, em que o beat bolha transforma o riddim, e “treta no kof”, em que melodias de breakbeat servem como tapete para um mandelão-150bpm. Apesar de um pouco extensa — são 52 faixas no total —, a coletânea apresenta o trabalho mais auspicioso de inúmeros DJs pouco conhecidos. — Sophi




in.corpo.ração
Jup do Bairro

Manifesto de Jup do Bairro, in.corpo.ração, marca o seu ritmo através de passagens sutis entre instrumentos musicais de concerto e experimentação eletrônica, que se misturam avidamente com as batidas agressivas do funk como um caminho único. Essa unidade ocorre porque a colagem de sons exerce seu peso em oposição aos sinais de delineamento, fazendo da atenuação um meio pelo qual os fragmentos musicais atingem seu potencial máximo. — Joe Luna




Inimigos do Silêncio
MC FREITAS ZS

Com samples de Sonic e Scooby Doo, as oito faixas de Inimigos do Silêncio carregam o melhor do funk mandelão atual, incluindo a desconstrução do berimbau, a contraposição entre silêncio e barulho, e os sintetizadores tuinizados do beat bruxaria. Talvez não seja o projeto mais único do ano, mas é impossível de errar com aparições de d.silvestre e uma leve indução a surdez. — Sophi




MAKHNO I
MAKHNO

MAKHNO I realiza um passeio brilhante e ligeiramente afoito pelo funk; são ideias como essas que fazem do gênero uma fonte inesgotável de criatividade musical. É parte de uma ambiguidade em que vivem e desenvolvem, de vez em quando, algumas das melhores aventuras do gênero ao escrachar e homenagear ao mesmo tempo muitas das suas inspirações (não só temáticas) mas também musicais. — Matheus José




Mundo Souza DJ
Johnny Souza

Mundo Souza, de DJ Johnny Souza, mostra a essência do funk carioca. Seu projeto é caracterizado pelo estilo 150bpm, colocando-nos à mercê de um ritmo que impulsiona a dinâmica dos bailes de rua. Com um som distorcido e intenso, o DJ demonstra uma grande habilidade em controlar nossas emoções através de transições fluidas, o que mantém uma energia constante e elevada. – Brinatti




O Fim!
DJ K

DJ K está fazendo bruxaria explorando o funk e usufruindo de sua característica experimental. “O Fim!” é ensurdecedor, criativo e envolvente, com boas transições e montagens que passeiam pelo funk, berimbau e músicas já lançadas, além de brincar com “Dando Sarrada” de Marina Sena, trazendo o hit para o funk com sua genialidade. Essa é a potência de DJ K e dos beats do submundo paulista. — BeatriS




O Inimigo Agora é Outro, Vol. 2.
d.silvestre

O Inimigo Agora é Outro, Vol. 2 vê a continuação da exploração e mapeamento do território do funk feita por d.silvestre, incorporando ainda mais elementos do noise, power noise e hardcore techno. No disco, o produtor empurra os limites e a expressão do funk, em que cada faixa se caracteriza pelas surpresas e reviravoltas que mantém os ouvintes presos do início ao fim. — Brinatti




Queridão
DJ Anderson do Paraíso

Ao invés do humor espalhafatoso de MCs como MC Saci e da melancolia etérea de DJs como DJ PH DA SERRA, DJ Anderson do Paraíso reconfigura o funk de BH em uma estética quase vampiresca. O minimalismo do estilo é levado ao seu extremo para priorizar uma atmosfera amedrontadora e sombria; é a união do sexo explícito com os horrores da vida noturna. Do começo ao fim, os beats exibem uma criatividade interminável no tratamento de instrumentos clássicos e de elementos da música eletrônica — Anderson do Paraíso é, talvez, o produtor mais único de todo o país. — Sophi




Real Sinfonia Braszileira
keu

Em Real Sinfonia Braszileira, keu instrumentaliza o poder do funk para gerar inúmeras versões, uma melhor que a outra, da mesma música, base ou sample. Ao longo do álbum, diversas faixas — bastante conhecidas, aliás — recebem um tratamento diferenciado, seja através de modificações barulhentas do DJ ou pela própria energia noturna dos embrulhos eletrônicos que permeia os arranjos, todos centrados no clima distópico da metrópole e da vida que seguem os bailes. — Matheus José




Relíquias da Menorzinha
MC Menorzinha

MC Menorzinha impactou o funk paulista de imediato. Em uma cena dominada por homens, sua chegada foi transformadora. Hits como “Abecedário da Menorzinha”, “Bonde da Ecko Red” e “As Meninas Que os Meninos Gostam” não só se popularizaram, como também mudaram a dinâmica do gênero. No início do ano, a funkeira lançou Relíquias da Menorzinha, um compilado que celebra a ostentação e o empoderamento feminino. Com uma originalidade inconfundível, o LP reafirmou seu papel central no funk paulista, evidenciando sua influência e legado. — Brinatti




Set Final de Ano
DJ Arana

Em doze minutos, DJ Arana remonta seus melhores aspectos, fazendo de Set Final de Ano um exercício criativo, e não apenas um lançamento pronto para reproduzir sua popularidade recente na cena. Embora esta falta de compromisso acima mencionada seja evidente, ainda há momentos em que o alto nível se estende ao interesse do artista em permanecer ávido nas paradas. — Matheus José




Subcategoria
DJ Aguilar

Você já deve ter escutado 'MTG Sou Assim Sem Você' em algum lugar. Esse hit vem do álbum 'Subcategoria' de Kayke Aguilar, mais conhecido como DJ Aguilar, um artista independente que vem se destacando na cena do funk de BH. O próprio artista se refere como 'dono do MTG que vocês já viram por aí'. Para quem não tem muita familiaridade com o funk, MTG significa MONTAGEM, uma forma de produção comum neste meio há bastante tempo, em que os DJs criam colagens com diferentes batidas e efeitos. No álbum, Aguilar apresenta uma sonoridade menos incisiva, destacando sua habilidade em criar e recriar interpolações – dito isso, vale a pena conferir sua proposta única para o gênero. — Brinatti




Ultra Psicodelia Reversa
NCCO

Ultra Psicodelia Reversa, como o título sugere, funde elementos psicodélicos desenvolvidos sinteticamente com funk. O resultado é facilmente identificável: seu formato curto, com apenas três faixas, é sucinto na intenção de impor uma nova perspectiva repleta de equimoses percussivas que rompem com o diagrama estético, por vezes, monotemático do gênero. —Matheus José




Um Fone, Uma Música
MC LV da ZO

Um Fone, Uma Música se destaca nos lançamentos recentes de funk. O álbum oferece uma experiência imersiva no melhor do gênero, evocando a sensação única dos bailes funk; é como se você estivesse frente a frente a um paredão que constantemente explode som na sua cabeça — nada melhor do que isso. O projeto de MC LV da ZO, além de explorar as novas vertentes do funk, também resgata a própria raiz do gênero ao mesclar batidas eletrônicas distintas, ora cruas, ora marcadas por ritmos que refletem a evolução do funk como um dos gêneros mais influentes no país. — Brinatti




VOL.01
Equipe 7Rio

Ao voltar o olhar para o IDM e a música de rave experimental, o duo de funk e eletrônica Equipe 7Rio expandiu os limites do que pode ser considerado funk. Os traços do gênero sofrem modulações simples para que seus significados ligeiramente mudem, como em “VMDL2”, em que o tamborzão volta à origem do electro mas com um toque misterioso de música ambiente. É uma sequência de estudos atmosféricos e de jogo de ideias notavelmente intrigante. — Sophi


Aquele Tuim

experimente música.

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