As 20 músicas essenciais de Red Velvet


Uma seleção para comemorar os 10 anos do aniversário de Red Velvet.

Se tratando de indústria, pensar em atos de longa duração no k-pop é um exercício de sobrevivência. Grande parte dos grupos que mantêm seu apelo ao longo dos anos está nessa posição por sua influência, contribuição na modificação do ecossistema da música sul-coreana e, principalmente, pela sua própria resiliência.

Oficialmente, Red Velvet passou pelo seu primeiro decênio. Estreando em 1 de agosto de 2014 com “Happiness (행복)”, o grupo já passou por muitos sucessos, trabalhos e dificuldades em sua carreira, mas elas seguem firmes e fortes nas suas atividades. É impossível não atribuir parte desse mérito à sua discografia, que se tornou um dos grandes primores na musicalidade do k-pop. Diversificada, criativa, refinada e cheia de personalidade própria, elas se estabeleceram como referência quando se trata de conceito artístico e música propriamente dita.

Pensando nisso, a redação se uniu para celebrar esse grande aniversário costurando uma seleção de 20 músicas que pudessem simbolizar a força e o simbolismo do que é o Red Velvet. Confira:




20.
“Ice Cream Cake”
2015

O primeiro sucesso que levou Red Velvet a outro patamar no k-pop. Difícil não lembrar dos sintetizadores que percorrem os dois lados da mixagem, dos vocais muito bem harmonizados, e quase hipnóticos, além do refrão absolutamente maximalista, já trazendo uma característica que seria futuramente muito importante para o grupo musicalmente. Jamais será esquecida. — Tiago Araujo




19.
“#Cookie Jar”
2018

O k-pop sempre teve certa dificuldade de produzir e escrever boas músicas para o Japão. As tentativas, embora bem sucedidas, sempre foram muito preguiçosas liricamente e desinteressantes musicalmente. Em um debut ousado, Red Velvet conseguiu transmitir seu próprio conceito em “#Cookie Jar”. A letra em japonês se somou a identidade indiscutível do grupo, um refrão chiclete e, principalmente, uma produção viciante! — João Lucas




18.
“음파음파 (Umpah Umpah)” 
2019

Seria loucura apontar “음파음파 (Umpah Umpah)” como melhor música de verão do Red Velvet? Veja, o grupo atingiu o equilíbrio perfeito de tudo que já propuseram para o verão coreano. A música é divertida, saborosa e até mesmo nostálgica! Sem bobeiras ou infantilidades, combinando o nonsense e o lúdico com uma mensagem. Afinal, o verão é feito por nós mesmos, e no meu verão essa faixa é a melhor diversão de todas. — João Lucas




17.
“롤러코스터 (On A Ride)”
2022

Utilizada como introdução para o mini album The ReVe Festival 2022 - Birthday em um vídeo 'mood sampler', "롤러코스터 (On A Ride)” se destaca pela diferença e astúcia. Seu instrumental frenético, o jeito cantado contagiante e toda a aura acerca da canção é como se estivéssemos em uma montanha-russa. Subindo, descendo e tendo reviravoltas de tirar o fôlego, a faixa é uma viagem divertida e calorosa. — João Vitor




16. 
“두 번째 데이트 (My Second Date)”
2017

Red Velvet sempre deu aula de como organizar a sobreposição de camadas como ninguém, e “두 번째 데이트 (My Second Date)” é o momento de sua carreira em que demonstraram esse talento da maneira mais requintada. Dar coerência a seus vários micro-elementos — à primeira vista contraditórios — é uma forma excepcional de contar uma fofa e levemente desconcertante história de amor. Direcionada aos fãs mais atenciosos do grupo, a faixa recompensa bem os com paciência para a sua variada mini-assembleia musical. — Sophi




15.
“Bad Boy”
2018

Longe de ser apenas o produto de uma mera adição, “Bad Boy” é quase uma extensão dos temas abordados pelo Red Velvet no material principal, o disco Perfect Velvet, visto sem voz passiva ou ativa em relação ao que era exposto sobre o amor. Nas entrelinhas, a faixa ficou conhecida por narrar uma espécie de atração romântica — mais física do que nunca —, evidenciada através de uma visão de feminilidade sexy, despojada e convencida. É uma das músicas mais interessantes do k-pop por correr livre, e talvez seja o sinal mais poderoso emitido pelo Red Velvet quanto ao seu posicionamento temático. — Matheus José




14.
“In My Dreams”
2022

"In My Dreams" consegue extrair os maiores pontos de Red Velvet: uma mistura entre o estilo red e velvet, com a adição de vocais que tendem a ser suaves e poderosos. É a ballad mais brilhante do grupo, expandindo o grande leque de sensações que elas são tão experientes em fazer enquanto cantam “Eu rezo para que você fique para sempre no meu coração / Nos meus sonhos você me ama de volta”. Uma experiência etérea completamente imersiva e emocionante durante os três minutos da faixa. — João Vitor




13. 
“Rookie”
2017

As opiniões sobre o brilhantismo de “Rookie” podem não ser unânimes: seja pela repetição do termo ao longo da música, seja porque ela talvez demore a cativar os ouvidos. Porém, é universal constatar a meticulosidade da construção do seu arranjo: basta prestar atenção nas incríveis linhas de baixo e guitarra ao fundo ou ouvir o sopro brilhar no refrão e na ponte. A música ainda discorre sobre um novo interesse amoroso da protagonista (“rookie” é a tradução de “novato”) de um jeito divertido, colorido e vibrante, com o toque característico do Red Velvet. Preferida ou não, a construção de “Rookie” cativa, e bastam poucas ouvidas para cantarolar a title track por aí. — Raquel Nascimento




12.
“Attaboy”
2017

O divisor de opiniões, o bom e o ruim, a dúvida — "Attaboy" é uma constante dualidade para quem acompanha o grupo ao longo de seus 10 anos de carreira. Questionável e ousada, a música se inclina para o hip-hop e se destaca pelo seu ritmo dinâmico. Ela celebra a liberdade e o poder pessoal, encorajando a seguir os próprios desejos e emoções, e exalta a importância de se sentir bem e viver intensamente. O significado de "attaboy" — aprovação e encorajamento — é perfeitamente encapsulado na música. — Brinatti




11.
“Cosmic”
2024

De seu mais recente lançamento, "Cosmic" é uma faixa dançante que exprime muito do que Red Velvet é: um grupo que se sustenta em seu ritmo, em seu vocal e que fala de amor. A música se desenvolve ao redor de si mesma, crescendo com a letra, incorporando synthpop, o que não é novidade para o grupo, e continua sendo uma excelente execução musical. E que eletrizante é esse amor cósmico que abraça a voz de cada integrante! — beatriS




10.
“Power Up”
2018

Muitas vezes considerada uma música menor do Red Velvet, “Power Up”, na verdade, é um primor, com uma estética pop implacável, timbres agudos, que remetem a uma estética quase videogame, esbarrando na psicodelia, mas sempre suaves, que ganham ainda mais textura quando os kicks e 808s super graves entram nos refrões, pré-refrões e na ponte. Sobre o refrão, quem não entende não sabe o que é diversão. — Tiago Araujo




9.
“Birthday”
2022

“Birthday” é o ápice da incorporação do trap na discografia de Red Velvet, reajustando-o aos moldes do k-pop para escrever um grande manifesto maximalista. Como música de celebração da carreira, ela comprime tudo que há de bom na hiper-ficação da música eletrônica e na popificação do caos — ou seja, os pratos principais do lado red do grupo. Não há experiência melhor que ouvir o refrão da faixa: é como presenciar um grande palco prateado ser explodido em pequenos pedaços de som, metal e chiclete. — Sophi




8.
“빨간 맛 (Red Flavor)”
2017

“Red Flavor” é o puro sabor do verão. É chocante como uma música pode despertar sentimentos tão precisos, intensos e facilmente reconhecíveis, ao mesmo tempo em que disputa posição com outras músicas de outros grupos que dominaram o pop sul-coreano naquele longínquo 2017. Talvez o sucesso viral, com uma das coreografias mais replicadas do k-pop, explique um pouco do quão contagiante é essa pequena amostra do imenso potencial de Red Velvet. Tudo o que de melhor o grupo já ofereceu está aqui: as letras que mencionam frutas diferentes o tempo todo, o instrumental cheio de parafernálias que instigam uma felicidade inata e claro… a química inexplicável do lado “vermelho”. — Matheus José




7.
“I Just”
2022

“I Just” é daquelas músicas que você pode tentar, mas não encontrará nada parecido em qualquer outro lugar. Ela é a expressão melancólica de Red Velvet sobre estar solitário e aprisionado em memórias dolorosas, em um espaço-tempo difícil de decifrar. Os sintetizadores marcados pelo future bass e a repetição das expressões “eh oh eh eh”, seja pelos vocais ou pela própria instrumentação, completam sua aura fulminante e, ao mesmo tempo, confortante. — Felipe




6.
“Feel My Rhythm”
2022

A verdade é que não existe música pop mais meticulosa e consistente em homenagem a uma composição clássica como o que foi feito com a ária da suite no. 3 de Bach em “Feel My Rhythm”. Diferente do esperado, a música não tira proveito de um pequeno trecho, ou de apenas uma passagem singela da composição original. Ela é aproveitada ao máximo (ao ponto de trechos de ambas as seções da suite serem utilizadas, uma no primeiro verso e outra no segundo), e mesmo assim não é a parte quintessencial da música, que é perfeitamente intercalada com uma diversão muito típica do Red Velvet, uma massiva manipulação do sample no segundo verso e na ponte, além de várias dissonâncias por parte da percussão e graves que tornam a experiência ainda mais divertida, sem deixar a elegância de lado. — Tiago Araujo




5.
“짐살라빔 (Zimzalabim)”
2019

Estranha, disforme e intrigante, “짐살라빔 (Zimzalabim)” é uma das peças mais ousadas da história do k-pop. Sua estética sonora é um passeio delirante em um parque de diversões, com camadas sobrepostas de percussão e metais de banda marcial, efeitos digitais de videogame e elementos sonoros dissonantes que vão e voltam, além de seu refrão grave que repete “zimzalabim” à exaustão, como um feitiço irresistível. Talvez seja incompreensível na primeira ouvida, mas ela logo conquista e você se vê pulando e gritando “zimzalabim” a plenos pulmões no último refrão. Com toda certeza, é uma das músicas essenciais para entender a completude do que é o Red Velvet. — Felipe




4.
“Dumb Dumb”
2015

Uma música que certamente faz parte da marca do que já foi em k-pop em meados de 2015, com seu dance pop expressando o sentimento idiota de estar apaixonado. Red Velvet mostra o seu lado “red” nesta faixa, mais animado e colorido, com muita trompa e percussão, criando um ritmo dançante e chiclete capaz de remexer os corações mais “red” existentes por aí. A parte do k-pop mais colorido e brincalhão é “Dumb Dumb”, que de besta, não tem nada. — beatriS




3.
봐 (Look)
2017

“봐 (Look)” é uma amostra perfeita do brilhantismo de Red Velvet além das title-tracks. Dominada por um apelo implacável de sofisticação, a faixa é o mais próximo que o grupo já chegou do deep house, que nos amordaça por sintetizadores oitentistas, quase nonstop, que expressam o mesmo sentimento do seu lirismo: um estado contínuo de encanto e admiração. Ela mantém seu fôlego através dessa exuberante progressão e encadeia elementos primordiais à musicalidade do grupo, repletos de cor e de vivacidade. — Felipe




2.
피카부 (Peek-a-Boo)
2017

Aqui, o grupo atinge a sua perfeição: uma faixa que mistura ambos os lados na edução divertida e macabra. “피카부 (Peek-a-Boo)” interage com o ouvinte em uma história de amor numa caça entre uma raposa e sua presa, e o seu jeito frenético sempre apresenta um elemento diferente a cada segundo, servindo como a trilha sonora essencial para a brincadeira. O grande sucesso do grupo não parece se prender nas correntes amargas do tempo - muito pelo contrário, se mostra consistente e atemporal a cada dia que passa. — João Vitor




1.
“러시안 룰렛 (Russian Roulette)”
2016

Uma obra-prima, e isso se torna ainda mais óbvio no momento que é sempre a música mais lembrada de Red Velvet e quando ela ressurge em trends e shows. Se “Ice Cream Cake” traz uma característica muito comum a grupos da SM, o uso hipnótico das harmonias vocais, “러시안 룰렛 (Russian Roulette)” vai numa direção mais próxima de f(x): cantada em um tom quase robótico, com sílabas muito bem separadas e repetições frequentes, contando até mesmo com manipulações dessas gravações. O instrumental vai na mesma linha, é frenético e bastante vicioso, mas nunca cansativo, sempre brilhante. É o exemplo mais perfeito de boa música pop que existe. — Tiago Araujo
Aquele Tuim

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