★★★★★
5/5
Cinco anos após seu lançamento, Norman Fucking Rockwell! ainda é um sucesso, sendo o maior marco da cantora Lana Del Rey e também é a prova de que a maturidade musical faz diferença na carreira de um artista.
Norman Fucking Rockwell!, sexto álbum de Lana Del Rey, é sem dúvidas, o mais bem escrito de sua discografia. O disco combina instrumentação impecável com letras profundamente melancólicas, abordando relacionamentos e fazendo referências aos acontecimentos da época de seu lançamento.
A faixa-título é guiada por um piano suave e aborda a figura de um homem tóxico, infantil e sem noção da sua falta de carisma. Com uma boa dose de mágoa, a canção abre o álbum de maneira poderosa, trazendo uma introdução precisa à atmosfera sentimental do disco.
Em “Love Song”, Lana destaca seu lado mais apaixonado, com versos que falam de um amor intenso e duradouro. No trecho "It all comes down to make the sound of our love song", ela expressa a força de seus sentimentos, que se refletem em toda a música. Para alguns, isso pode parecer uma "dependência", mas, para Lana, é a manifestação do amor puro e o desejo de eternizar essa felicidade em uma canção.
"Venice Bitch" é uma faixa longa de nove minutos que nunca se torna entediante. Lana demonstra sua ousadia ao criar uma música extensa e bem elaborada, com toques psicodélicos que a diferenciam no pop alternativo. Sua voz suave e dominante também se destaca em outras faixas, como "California" e "Mariners Apartment Complex".
O álbum vai além de temas românticos, abordando questões políticas. Em "The Greatest", Lana reflete sobre problemas climáticos e menciona a saída de Kanye West, uma alfinetada ao fato de ele ter se declarado apoiador de Trump. A música exemplifica a visão da cantora de que a arte deve ser um veículo de manifestação política — um papel que ela abraça sem medo. Se um artista tem medo de se posicionar, talvez precise reconsiderar sua visão sobre o papel da arte.
Norman Fucking Rockwell! não é apenas um avanço na carreira de Lana Del Rey; é um marco no alt-pop e psicodelia contemporâneos. Desde Ultraviolence, Lana amadureceu como artista, e este álbum simboliza esse crescimento, consolidando-se como um dos trabalhos mais importantes da última década.
Selo: Polydor, Interscope
Formato: LP
Gênero: Pop