Crítica | Alchemy


★★★☆☆
3/5

A curta duração de Alchemy, 12 minutos, está longe de ser insuficiente para o quão longe Azztech pretende chegar. Sua noção de dimensão é a chave que ele usa para criar texturas e sons que se dividem entre uma pista de dança entusiasmada e um passeio aéreo por um centro urbano vazio, congelante e com poucos sinais de vida.

Essas sensações são parte evidente da maneira como Azztech busca compor sua noção dos gêneros aqui presentes. O tom festivo é dado pelas batidas quentes do deep house, enquanto o ambiente noturno, sensível às provocações anárquicas de uma metrópole desprotegida, é feito de tech house rústico, com aparência desolada.

As duas faixas equilibram bem essa mistura contraproducente, o que talvez faça sentido ao analisar o título da obra (alquimia?). “Alchemy”, mais profunda e também mais característica, brinca com house e minimal techno, é mais ambiente e menos porosa. Enquanto isso, “Mery D”, com participação de Ianni, é tão atmosférica que quase soa literal, usando fragmentos vocais no estilo Burial como parte de seu design desmedido e pós-apocalíptico.

Selo: Miniline
Formato: EP
Gênero: Eletrônica / Minimal Techno, Deep House
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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