Crítica | Beautifully Ordinary


★☆☆☆☆
1/5

Tones and I ganhou notoriedade com “Dance Monkey”, um dos maiores sucessos da era do streaming. Apesar do sucesso comercial, a canção foi amplamente criticada, embora a intensidade das críticas não tenha correspondido à sua popularidade. “Dance Monkey” e outras faixas apresentavam falhas vocais evidentes, com um registro vocal agudo e influências do yodel que tornavam a música difícil de ouvir. Após o lançamento de seu álbum de estreia, Welcome To The Madhouse, Tones and I tentou aprimorar sua técnica vocal. O resultado é Beautifully Ordinary, seu novo disco.

É evidente que houve uma melhora vocal. A artista mantém uma boa afinação ao longo do álbum e apresenta poucas falhas vocais. No entanto, a obra é comprometida por escolhas musicais de péssimo gosto. A maioria das faixas é dolorosamente genérica, seguindo as características mais enfadonhas das playlists pop top 40. “Lose Someone Like Me” é uma balada sem substância, “Figure It Out” é um pop soul tão apático que só Meghan Trainor conseguiria produzir algo de tão baixa qualidade no estilo, e “Dance With Me”, embora bem produzida e afinada, é um dance-pop formulaico e insuportável, semelhante a “Dance Monkey”.

Apesar da evolução vocal, o álbum ainda enfrenta problemas. As falhas vocais não são frequentes, mas as escolas estilísticas da cantora comprometem a qualidade das músicas. Tones and I insiste em um tom extremamente agudo e em influências de yodel, mesmo em canções que não necessitam desse estilo, tornando as músicas difíceis de ouvir. de performance incorporado tão fortemente, o que torna as faixas muito indigestas. “I Get High”, por exemplo, é um pop inspirado no UK garage, mas a voz da cantora no refrão é estridente e pouco convincente.

Embora Beautifully Ordinary não seja tão repulsivo quanto Welcome To The Madhouse, o álbum exemplifica como um vocal aprimorado não é suficiente sem uma identidade clara e uma execução consistente. Tones and I pode ter deixado de errar as notas com frequência, mas ainda produz um trabalho insuficiente que soa artificial, como uma réplica de mau gosto do que toca nas rádios e lojas atualmente.

Selo: Bad Batch
Formato: LP
Gênero: Pop
Davi Bittencourt

Davi Bittencourt, nascido na capital do Rio de Janeiro em 2006, estudante de direito, contribuo como redator para os sites Aquele Tuim e SoundX. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático, Pop e R&B.

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