Crítica | Eufórico


★★★☆☆
3/5

Eufórico é um convite para se perder na dança, explorando a dualidade entre o sofrimento e o prazer que ela pode proporcionar. Theo Oliver aborda temas como o amor, desejo, saudade e afetos de maneira tanto otimista quanto dramática, ajustando-se perfeitamente aos refrões pegajosos e polidos que refletem o desejo de conexão. A voz, por vezes distorcida, e a sonoridade, outras vezes futurista, com a presença marcante de sintetizadores, criam um ambiente melancólico que flui de maneira simples e repetitiva, mas surpreendentemente adaptável.

A faixa “Êxtase” abre o caminho para explorar a euforia e o desejo de uma noite de festa, misturando prazer, sedução e intensidade sem limites ou arrependimentos. Entretanto, o EP também mergulha na dor e na desilusão, revelando que o amor verdadeiro muitas vezes pode se revelar como uma ilusão. A sensação de tempo desperdiçado e a obsessão pelo desejo são palpáveis, com o toque da pessoa amada surgindo como um alívio temporário. Imaginar-se lutando para superar dificuldades e manter a conexão diante das dúvidas pode parecer intrigante, mas a realidade é que, no fim, tudo pode desmoronar.

Nota-se a forma como os versos ressoam com a necessidade de enfrentar e, por fim, se libertar das memórias que ainda assombram, criando uma experiência que é tanto uma reflexão quanto um catártico desabafo. A experiência proporcionada por essa passagem pelo pop, trap e funk é marcada pela produção polida, camadas de batidas por vezes marcantes e efeitos vocais. No entanto, apesar das combinações aqui exploradas, há espaço para aprimoramento. A produção, embora interessante, poderia explorar mais a profundidade emocional de cada estilo para oferecer uma experiência ainda mais fluida.

Selo: Independente
Formato: EP
Gênero: Pop / R&B
Brinatti

Cientista social com ênfase em Antropologia e Sociologia, 27 anos. É editor e repórter do Aquele Tuim, participando das curadorias de MPB, Pós-MPB, Música Brasileira e Pop.

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