Crítica | A Firmer Hand


★★★☆☆
3/5

Predisposta a soar clássica, a postura irreverente de Hamish Hawk em A Firmer Hand é o alicerce que sustenta sua intimidade avassaladora. Seria um erro pensar que o artista escocês parece aberto apenas para angariar um sentimento de proximidade com o ouvinte, quando na verdade sua disposição em se expor é assustadora.

A Firmer Hand tem isso, esse lado assustador que ecoa com a voz séria e muito familiar de Hamish. É o tipo de álbum cujo som, visivelmente trabalhado com uma banda completa, vagueia por propriedades bem definidas do pós-punk – embora este seja menos invasivo com tantos pequenos elementos detalhados pelo artista em sua performance cheia de classe.

“Machiavelli's Room” é o maior exemplo dessa transição sonora, vocal e temática. “We are both unfit for our purposes”, ele canta como se não tivesse motivos para insistir no amor, enrolado com acordes fantasmagóricos e pausas dramáticas. O mais engraçado é que as sequências “Big Cat Tattoos” e “Nancy Dearest” fazem pouco esforço para parecer menos divertidas. Elas são involuntariamente dançantes e livres, como os pensamentos de Hamish Hawk ao longo da obra.

Selo: SO Recordings / Silva Screen
Formato: LP
Gênero: Rock / Pós-Punk
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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