Crítica | Forever


★★★☆☆
3/5

Cinco anos desde seu bem-sucedido segundo trabalho de estúdio, Young Enough, os membros do Charly Bliss estão em um momento completamente diferente. Após o turbulento período da pandemia de COVID-19, Eva, vocalista do grupo de power pop, saiu dos Estados Unidos para a Austrália. Seu irmão e baterista, Sam, se casou e virou pai recentemente. Essas reviravoltas na vida de jovens artistas pode ser um cenário de inspiração, com várias possibilidades de aprimoração do que já foi apresentado anteriormente.

Não é o caso do disco mais recente da banda estadunidense. Forever é um passo atrás de seu antecessor. Enquanto Young Enough era fresco, cheio de nuances e uma crocância pop, Forever é uma coleção de baladas pop rock repetitivas e, em alguns casos, monótonas. O primeiro single, “Nineteen”, é mais um single da série de pastiches derivados de Jack Antonoff, ou seja, piano eletrônico mais uma explosão de guitarras pretensiosas. Isso se repete em “Here Comes the Darkness”, que traz flashbacks do synthpop anêmico das últimas canções de Taylor Swift.

Porém, a impressão só fica clara após a terceira faixa. “Tragic”, “Calling You Out” e “Back There Now” é o material mais próximo dos primeiros álbuns da banda. O que já é ótimo, pois a efervescência e a rapidez como principal arma. Guppy, primeiro trabalho de estúdio de 2017, era um throwback delicioso do grunge pop dos anos 1990, de bandas como Hole (na época do Celebrity Skin), Weezer e Veruca Salt. Aqui e ali, esse sentimento poderoso reaparece em Forever, mas a velocidade e o leve ruído é cada vez mais abafado, como na boa “Waiting for You”.

Apesar de momentos bons e de ser um novo passo para a banda, o terceiro disco só dá vontade de ouvir algumas das faixas e pular, ou excluir outras, como a chata balada folk “Easy to Love You”. O resultado final é morno e um leve desapontamento para quem se apaixonou por “Blown to Bits” e “Capacity”, de Young Enough, de 2019.

Selo: Lucky Number
Formato: LP
Gênero: Rock / Pop, Rock Alternativo
Vinicius Corrêa

Estudante de Jornalismo, 22anos. É colunista da Agência UVA e apaixonado por música. Faz parte da curadoria de Experimental, Eletrônica e Funk e Folk e Country do Aquele Tuim.

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