Crítica | GRB01


★★★☆☆
3/5

GIRIBOY [기리보이] é um nome conhecido no k-hip hop. Sua permanência na música sul-coreana se deu por explorações no rap e no R&B, peças centrais de seu melhor álbum até hoje, Fatal Album Ⅲ, de 2019. Desde então, o artista segue esse mesmo caminho, sem muitas variações além dos subgêneros que buscou conhecer e colocar em prática, como o jazz rap e até mesmo a bossa nova.

Seu novo álbum, GRB01, no entanto, vai na contramão de tudo isso. É uma mudança vertiginosa que ainda tenta encontrar forças para soar adequada ao que o rapper de fato busca apresentar. Aqui, se desfaz o rap, R&B ou qualquer outra coisa, e em vez disso, nos deparamos com música eletrônica — em grande parte instrumental — como sendo parte de uma das coisas mais desafiadoras que um artista pode propor: uma mudança de direção que é, apesar de interessante, muito arriscada.

O maior problema dessa mudança é que nem temos uma orientação sobre como essa criação surgiu. GIRIBOY [기리보이], embora um bom produtor, nunca tinha feito algo assim. Então aí está o desafio: dar vida a ganchos eletrônicos que tomam emprestado significados do material base do gênero, neste caso, o hip house. Infelizmente, a impressão que temos é que GIRIBOY [기리보이tem pouco a acrescentar; a maioria de suas músicas seguem ideias bastante semelhantes — eu diria que são muito pobres. Há potencial artístico, mas falta uma direção clara.

Selo: STANDARD FRIENDS
Formato: EP
Gênero: Eletrônica / Música do Leste e do Sudeste Ásiatico
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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