Crítica | Kantos


★★★☆☆
3/5

Estava em busca de novidades musicais quando me deparei com Kantos, de Kishi Bashi. Já tinha escutado uma faixa ou outra do artista, mas nunca mergulhado em um projeto completo. Desta vez, o que me chamou a atenção foram os subgêneros marcados: art pop, city pop, chamber pop, nu-disco, entre outros. Embora a capa do álbum não tenha me impressionado muito, os gêneros listados me convenceram a dar uma chance. Apertei o play sem grandes expectativas, e fui surpreendida. Não é o melhor álbum do mundo, mas é uma agradável surpresa que imediatamente me fez recomendá-lo a dois amigos.

Pesquisando mais a fundo, descobri que Kantos é uma celebração da arte criada pelo ser humano em uma época onde a inteligência artificial está em ascensão. Embora as IA sejam capazes de realizar feitos impressionantes, Kishi Bashi acredita que a criatividade e a inovação humanas sempre estarão à frente. O álbum é descrito como uma festa dedicada ao possível fim da humanidade, uma colocação ímpar do que é único e insubstituível na arte humana. Kantos transita por uma variedade de subgêneros, com faixas que vão desde o city pop, como em "Tokyo Love Story (Love Story Wa Totsuzen Ni)", até batidas eletrônicas hipnotizantes com uma pegada disco-funk. "Icarus IV", por exemplo, traz um rock eletrônico futurista que me remeteu a trilhas sonoras de fases difíceis em jogos de videogames.

É um projeto vibrante e alegre, em que o groove e a música disco são celebrados façanhosamente, especialmente em faixas como "Lilliputian Chop", "Analógico Brasil" e "Make Believe", esta última com influências de hip hop e a participação da rapper Linqua Franqa. "Analógico Brasil" ainda trás muita influência de Masayoshi Tanaka, especialmente do álbum Brazilian Skies, buscando city pop direto da fonte. Kantos transporta o ouvinte para o clima de uma festa dos anos 70, onde diversos ritmos alegres se misturam para transformar nossa experiência em uma grande celebração da vida e da arte.

Selo: Joyful Noise
Formato: LP
Gênero: Pop
Vit

Sou a Vit, apaixonada pelo universo musical desde que me entendo por gente, especialmente por vocais femininos. Editora e repórter no Aquele Tuim, onde faço parte das curadorias de Pop, MPB, Pós-MPB e Música Brasileira.

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